Empresa de limpeza ligada ao PCC desaparece e deixa Cubatão sem aulas
Contratos da Secretaria de Educação com a empresa suspeita somam R$ 25 milhões; Prefeitura rompeu contrato e suspendeu aulas
atualizado
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São Paulo — A Secretaria de Educação de Cubatão, na Baixada Santista, suspendeu por sete dias as aulas da rede municipal de ensino após romper três contratos no valor de R$ 25 milhões com a Mova Empreendimentos. A empresa é investigada por suspeita de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e teria desaparecido após a deflagração da Operação Munditia, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), em abril deste ano.
Lidiane Goulart, secretária municipal de Educação, explicou que os responsáveis pelos contratos de limpeza, além dos profissionais de apoio, “sumiram”, o que deixou a rede municipal sem o serviço. A suspensão das aulas foi determinada pelo período de 2 a 7 de maio.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Lidiane esclareceu que o calendário escolar já foi reorganizado e que não haverá prejuízo pedagógico para os alunos.
A Mova Empreendimentos está entre as oito empresas investigadas pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPSP por possíveis conexões com o PCC. De acordo com as investigações, essas empresas estariam envolvidas em uma espécie de cartel que opera fraudes em contratos com a administração pública em 13 cidades paulistas.
Em Cubatão, a empresa possuía três contratos ativos com a Secretaria de Educação. Dois deles eram para a prestação de serviços de limpeza nos valores de R$ 3.444.540 e R$ 12.799.974,36, e um terceiro, para a prestação de serviços de apoio a alunos com dificuldades motoras, no valor de R$ 8.757.045,60.
Além das empresas, a Operação Munditia em Cubatão também levou à prisão do vereador e ex-presidente da Câmara da cidade, Ricardo Queixão (PSD).