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Empresa de filho de desembargador recebeu R$ 65 mil em espécie, diz PF

Advogado Ivo de Almeida Junior foi alvo da Operação Churrascada, da Polícia Federal, que investiga suposta venda de decisões judiciais

atualizado

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Divulgação/TJSP
Desembargador Ivo de Almeida, alvo de operação da PF - Metrópoles
1 de 1 Desembargador Ivo de Almeida, alvo de operação da PF - Metrópoles - Foto: Divulgação/TJSP

São Paulo — A Polícia Federal (PF) identificou um depósito em espécie de R$ 65 mil na conta da empresa do filho do desembargador Ivo de Almeida no mesmo dia em que um advogado investigado por comprar decisões do magistrado entrou com um novo pedido em um processo sob sua relatoria.

O advogado Ivo de Almeida Junior, 43 anos, é sócio de uma incorporadora. Ele é um dos alvos da Operação Churrascada, que investiga seu pai por um suposto esquema de venda de decisões judiciais. Detalhes do inquérito foram revelados pelo Blog do Fausto Macedo, no Estadão, e confirmados pelo Metrópoles.

Transações suspeitas não faltam ao próprio magistrado. Segundo relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entre 2016 e 2022, depósitos em espécie em sua conta somam R$ 641 mil.

A coincidência de datas de movimentações processuais e a relação com investigados pôs os negócios do filho do magistrado também no rastro da PF. Uma das relações suspeitas é com o advogado Luiz Pires Moraes Neto, que defende investigados e presos que tiveram decisões favoráveis de seu desembargador.

A PF identificou conversas entre Luiz Pires e dois supostos intermediários do desembargador nas quais falavam abertamente de propinas. Entre os investigados, o codinome “churrasco” era usado para dar nome ao plantão judiciário de Ivo de Almeida.

O episódio que liga o filho do magistrado ao suposto esquema ocorreu em 2016, quando Luiz Pires defendia investigados presos em flagrante pela tentativa de roubar um caminhão de alimentos avaliados em R$ 320 mil com uso de armas de fogo.

Inicialmente defendido por outras advogadas, um dos investigados pediu habeas corpus sob a justificativa de que houvera excesso de prazo. Ele estava preso há 14 meses. O pedido foi rejeitado pelo desembargador.

Após a negativa, as advogadas deram procuração a Luiz Pires, que reiterou o pedido com os mesmos argumentos. No mesmo dia em que ele peticionou, o depósito em espécie foi feito na conta da empresa do filho do desembargador. Em julgamento, o desembargador acolheu o pedido e mudou seu posicionamento.

A história da empresa do filho do desembargador não morre nesse depósito. A PF também afirma que a empresa vendeu um apartamento à esposa de Valmi Sampaio, que é apontado como um operador de propinas de Ivo de Almeida.

O advogado Alamiro Velludo Salvador Netto, que defende Ivo de Almeida, afirma que “ainda não obteve acesso aos autos que supostamente sustentaram as medidas cautelares deferidas pelo STJ”. “Aguarda-se, assim, a autorização ao total conteúdo das investigações para que a defesa possa se manifestar e, em consequência, reestabelecer no caso a verdade e a Justiça”.

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