Emboscada da Mancha: acusados de matar torcedor do Cruzeiro são presos
Emboscada da Mancha Alvi Verde matou torcedor do Cruzeiro e feriu outros 17. Mandados de prisão contra palmeirenses são cumpridos nesta 3ª
atualizado
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São Paulo — Policiais civis cumprem, na manhã desta terça-feira (3/12), 13 mandados de prisão contra integrantes da Mancha Alvi Verde que estariam envolvidos na emboscada que matou um torcedor do Cruzeiro, no último dia 27 de outubro na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, região metropolitana de São Paulo. Além da morte de um cruzeirense, outros 17 cruzeirenses ficaram feridos, sete com traumatismo craniano e um baleado na barriga.
Pelo menos 10 suspeitos foram presos nesta terça. A operação está em andamento e, além dos pedidos de prisão, são cumpridos outros 23 de busca e apreensão. As ordens judiciais são cumpridas na capital paulista, além das cidades de Osasco, Carapicuíba, Santana de Parnaíba e Franco da Rocha, na Grande São Paulo, e em Bragança Paulista, no interior.
Dois homens já haviam sido presos em novembro: um no dia 26 e Alekssander Ricardo Tancredi, preso no dia 1º, indiciado pelos crimes de homicídio, lesão corporal, dano, tumulto e associação criminosa.
A emboscada
Por volta das 5h da manhã do dia 27 de outubro, no km 65 da Rodovia Fernão Dias, no centro de Mairiporã, membros da Mancha Alvi Verde, torcida do Palmeiras, fizeram uma emboscada contra torcedores do Cruzeiro. Durante o ataque, um homem foi morto carbonizado e 17 ficaram feridos.
Em um dos vídeos do ataque, é possível ouvir um homem falando “É a Mancha, car****. Aqui é a Mancha, por**”, fazendo referência à torcida organizada.
Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram acionados para a ocorrência e, no local, encontraram um ônibus incendiado e outro depredado. Foram apreendidos rojões, fogos de artifício, barras de ferro e madeiras, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Com a aproximação das equipes da PRF e da Polícia Militar de São Paulo, os agressores envolvidos fugiram pelas vias locais.
Como mostrado pelo Metrópoles, a organizada palmeirense teria monitorado e interceptado os cruzeirenses, que viajavam em dois ônibus na Rodovia Fernão Dias. Os torcedores mineiros voltavam de Curitiba (PR), onde o Cruzeiro jogou no sábado (26/10) contra o Athletico Paranaense e perdeu por 3 a 0.
Os membros da Mancha Alvi Verde são investigados pela Polícia Civil e vão responder criminalmente por homicídio, incêndio, associação criminosa, lesão corporal e promover tumulto, praticar ou incitar a violência em eventos esportivos.
A ocorrência foi inicialmente encaminhada à Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) para identificação e responsabilização dos envolvidos, diz a nota. Depois, a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) trocou a delegacia responsável passando o inquérito policial para a 3ª Delegacia de investigações de Homicídios Múltiplos, da Divisão de Homicídios do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) também investiga a torcida organizada do Palmeiras, como facção criminosa. “Tal episódio é inaceitável e representa uma grave afronta à segurança pública e à convivência pacífica em nossa sociedade. Por isso, esta Procuradoria-Geral de Justiça determinou que, para além do promotor Fernando Pinho Chiozzotto, de Mairiporã, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado [Gaeco] entre no caso”, disse Oliveira e Costa.
“Há firmes evidências de que algumas torcidas organizadas atuam como verdadeiras facções criminosas, o que justifica a intervenção do Gaeco”, acrescentou o chefe do MPSP.
Possível vingança
A emboscada realizada por torcedores palmeirenses pode ter sido vingança a um ataque semelhante que aconteceu em 28 de setembro de 2022.
Na ocasião, o confronto entre os torcedores do Cruzeiro e do Palmeiras aconteceu na altura do km 593 da mesma rodovia Fernão Dias, em Minas Gerais. Em imagens publicadas nas redes sociais, era possível ver palmeirenses armados com paus e barras de ferro. Rojões também foram usados no confronto. Alguns envolvidos na confusão apareceram ensanguentados.
Em maior número, os torcedores do Cruzeiro espancaram diversos membros da torcida do Palmeiras, entre eles Jorge Luis, atual presidente da Mancha Alvi Verde (veja abaixo).
Na briga de 2022, os palmeirenses estavam indo para Belo Horizonte, onde o Palmeiras jogaria contra o Atlético-MG pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os cruzeirenses se deslocavam para Campinas, onde a equipe tinha jogo contra a Ponte Preta pela 32ª rodada da série B.