Em missa, Tarcísio pede que Nunes não se preocupe com bolsonaristas

São Paulo — Depois de uma semana de especulações sobre a crise entre o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o bolsonarismo, Nunes e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), principal aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)  no estado, estiveram juntos em uma missa para 40 mil pessoas neste domingo (10/9), na capital, e receberam bênção do sacerdote católico encarregado da cerimônia.

Segundo aliados dos dois governantes, Tarcísio disse a Nunes, nos bastidores do evento, que o prefeito não deveria se preocupar com os ataques indiretos vindos de bolsonaristas sobre a solidez de sua aliança com o PL para as eleições do ano que vem.

Foi a terceira vez que Tarcísio e Nunes estiveram juntos durante o feriado prolongado de 7 de Setembro. Além de dividirem o palco do governo paulista no desfile cívico-militar do Dia da Independência, no Anhembi, na quinta-feira, os dois também foram ao camarote do The Town na sexta-feira, onde posaram para uma série de fotos juntos, antes da missa deste domingo.

O evento deste domingo ocorreu no estádio do Morumbi, na zona sul da capital, e reuniu 40 mil pessoas, segundo a Igreja Católica.

Nunes e Tarcísio foram até o palco do evento e, lá, receberam pedidos de bênção divina. “Dê a eles sabedoria, dê a eles idoniedade, dê a eles inspiração para seguir teu caminho”, disse o religioso que conduzia o evento, se dirigindo a seu deus.

Nunes se refere publicamente a Tarcísio como seu “amigo pessoal”. O governador usa o mesmo termo em eventos para se referir ao prefeito. Segundo seus auxiliares mais próximos, Tarcísio está empenhado na reeleição de Nunes.

O prefeito passou por uma semana conturbada após dizer, na terça-feira (5/9), que não tinha proximidade nem com o ex-presidente Bolsonaro nem com o presidente Lula, ao responder uma pergunta de uma estudante da Faap em uma palestra para estudantes da universidade.

Nunes vem tentando desde o começo do ano uma declaração oficial de apoio de Jair Bolsonaro a sua reeleição, embora refute a classificação de bolsonarista e diga que é um político de centro.

Depois do evento da Faap, bolsonaristas como o ex-secretário da Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, passaram a fazer críticas indiretas a Nunes e defender que Bolsonaro apoiasse outro candidato à Prefeitura, apesar da presença do PL, partido do ex-presidente no governo municipal.

O prefeito, porém, afirma que continua contando com o apoio do PL  e que ainda espera a parceria do ex-presidente para derrotar o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), que atualmente lidera as pesquisas de opinião para a disputa eleitoral do ano que vem.