Em live com Boulos, Marçal provoca Nunes e liga para prefeito
Convidado para sabatina, prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, não participou. Pablo Marçal entrevistou Guilherme Boulos (Psol)
atualizado
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São Paulo — Durante transmissão ao vivo em que entrevistou Guilherme Boulos (Psol), o candidato derrotado na disputa pela Prefeitura da capital Pablo Marçal (PRTB) fez uma série de provocações ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, por não ter aceitado o convite para participar. No fim da live, Marçal telefonou para Nunes, exibindo o celular para a câmera.
“Eu, Pablo, faço um apelo mais uma vez. Terminando a entrevista aqui com o Guilherme, a gente passa para o Ricardo. Eu acho lastimável ele não fazer”, disse Marçal durante a sabatina, nesta sexta-feira (25/10).
“Eu estou ligando para o prefeito. Se eu tratei o Guilherme nesse respeito, você também tem que esperar o mesmo respeito. Vou até mostrar para vocês, está ligando aqui”, continuou. “Lamento, tá Ricardo? Você não conseguir entrar.”
Marçal fez o convite aos adversários em vídeo divulgado no Instagram dele, na última terça-feira (22). Horas depois, Guilherme Boulos respondeu aceitando. Nunes, por meio de assessoria, afirmou que não iria se manifestar a respeito.
Ainda assim, a equipe de Nunes recebeu, cerca de 40 minutos antes do horário previsto, um link para participar da transmissão e um documento com “regras” que seriam adotadas.
Sabatina com Boulos
Após diversos ataques durante a campanha eleitoral, Pablo Marçal entrevistou Guilherme Boulos sem usar apelidos pejorativos e acusações falsos. Eles não mencionaram o laudo médico falso divulgado pelo influenciador a dois dias do primeiro turno.
Boulos disse que não se move por “mágoas” ou “ressentimentos” e que o propósito é servir o povo.
“Marçal, primeiro eu queria dizer para quem está assistindo a gente que eu vim aqui, topei esse seu convite, porque eu não fujo e nem nunca fugi de nenhum embate”, disse o psolista ao responder a primeira pergunta feita por Marçal.
Boulos mencionou genericamente “ataques” feitos pelo adversário, sem citar casos específicos. O documento também foi ignorado por Marçal na sabatina.
“Inclusive, teve apoiadores meus que aconselharam ‘não vá porque vai ser cilada’, como eu vi que teve apoiadores seus que também te criticaram por isso. O que a gente tem que ter em mente é que eu, se fosse levar pelo pessoal, seria a última pessoa a topar esse convite, até pelos ataques que sofri da tua candidatura no primeiro turno. Mas eu não me movo por mágoa, por ressentimento. Eu me movo por propósito, que é fazer a vida das pessoas melhor”, complementou.
Dois dias antes do primeiro turno da eleição, Pablo Marçal divulgou um laudo médico falso para acusar Guilherme Boulos de ser usuário de cocaína. O documento tinha uma assinatura falsa de um médico que já morreu e o timbre de uma clínica de um aliado de Marçal.
Perícias do Instituto de Criminalística de São Paulo e da Polícia Federal confirmaram que o laudo era falso. Aliados de Pablo Marçal atribuem a derrota dele no primeiro turno do pleito à divulgação do laudo médico falso.