Em julgamento de Thiago Brennand, vítima depõe por mais de duas horas
Audiência de custódia ocorre de forma virtual na 2ª Vara de Porto Feliz; Brennand, preso no CDP de Pinheiros, participa por videoconferência
atualizado
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São Paulo – O primeiro dia do julgamento do empresário Thiago Brennand, 43 anos, na tarde desta terça-feira (30/5) em São Paulo, começou pontualmente às 14h. Brennand responde pelo estupro de uma jovem norte-americana que vive no Brasil. A vítima depôs de forma virtual por 2h30.
A audiência é presidida pelo juiz Fernando Henrique Masseroni Mayer, da 2ª Vara de Porto Feliz, no interior de São Paulo. O magistrado ordenou que Brennand saísse da sala virtual para que a vítima pudesse prestar depoimento.
Brennand está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na capital paulista, e participa da audiência pela sala de videoconferência da unidade, que fica na área administrativa do presídio.
O depoimento da vítima é a base da denúncia do Ministério Público (MPSP). A promotoria não incluiu testemunhas de acusação nesse processo.
Audiência
Serão ouvidas na sequência oito testemunhas de defesa. De acordo com o Tribunal de Justiça (TJSP), assim que todos prestarem depoimento, começará a fase de debates, em que advogados de defesa e acusação vão apresentar as alegações finais.
O julgamento termina na etapa seguinte, que é a da sentença do juiz. Caso seja condenado por estupro, Brennand pode pegar de 6 a 10 anos de prisão. A pena pode aumentar para até 12 anos de prisão caso tenha havido lesão corporal de natureza grave.
No caso que está em julgamento nesta terça-feira (30/5), o empresário é acusado de violentar uma norte-americana com quem se relacionou no Brasil por cerca de dois meses. Ela não teve o nome divulgado.
Em seu relato ao Ministério Público (MPSP), a mulher contou que o conheceu quando tentava comprar um cavalo, uma vez que Brennand é dono de alguns animais e possui uma fazenda na região de Porto Feliz.
O que diz a vítima
A vítima disse ao MP que eles tinham uma convivência normal no início. Depois de algum tempo, ele teria passado a agir de forma violenta e a obrigava a ter relações sexuais contra sua vontade, conforme seu relato. A mulher ainda contou que Brennand ameaçou divulgar imagens íntimas caso ela terminasse o relacionamento.
A denúncia de Brennand por esse estupro foi feita pelo MP em novembro. Na ocasião, sua prisão preventiva foi decretada, mas o empresário estava foragido nos Emirados Árabes.
Ele só foi preso no mês passado, naquele país, e voltou ao Brasil escoltado pela Polícia Federal no dia 29 de abril. Desde então, está detido no CDP de Pinheiros.
No total, Brennand responde a oito processos. Os crimes dos quais ele é acusado são estupro, cárcere privado, ameaça, lesão corporal, corrupção de menores, sequestro, calúnia, injúria e difamação.