Em novo encontro, Nunes busca distância estratégica de Bolsonaro
Prefeito Ricardo Nunes busca aliança com o PL para sua reeleição, mas desconversa sobre ter o ex-presidente Jair Bolsonaro no seu palanque
atualizado
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São Paulo — Em busca de uma aliação com o PL e dos votos do bolsonarismo, mas com receio de ser rotulado como bolsonarista, o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), tenta manter uma distância estratégica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem teve um novo encontro nesta quarta-feira (26/7), em São Paulo.
Nunes disse que seria “ótimo” ter o apoio de Bolsonaro, mas afirmou que não tem proximidade com o ex-presidente. Ambos participaram de um almoço organizado em uma mansão no Morumbi, zona sul da capital, que reuniu dezenas de empresários e nomes como o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL) e o advogado Frederick Wassef, que defende Bolsonaro e dois de seus filhos.
Embora o prefeito já tenha o PL na sua base na esfera municipal, aliados de Nunes têm pesquisas internas que apontam que o apoio declarado de Bolsonaro pode tirar votos do prefeito na capital — cidade em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceu nas últimas eleições.
Em conversa com jornalistas, Nunes negou que o caráter do almoço fosse promover a aproximação dos dois. Segundo o prefeito, o evento era beneficente, com o objetivo de arrecadar recursos para o hospital Sírio-Libanês. “É um almoço que eu sempre venho e hoje, por coincidência, terá a presença do Bolsonaro. Nem vai dar para conversar com ele aí pelo jeito”, disse Nunes.
“Se o ex-presidente Bolsonaro não estivesse aqui, eu estaria nesse evento”, afirmou. “Me encontrei com Bolsonaro quando a gente começou a discutir a dívida da cidade”, seguiu o prefeito. “A gente tem tido um diálogo desde quando ele era presidente, ele na condição de presidente, eu na condição de prefeito. Eu não tenho proximidade com ele.”
O prefeito preferiu não responder se gostaria de ter o ex-presidente em seu palanque, dizendo que queria apoio de todos (e começou a citar os nomes do dos repórteres que faziam as perguntas).
“Não vou forçar ninguém a me apoiar. Estou fazendo o meu trabalho, procurando tornar uma cidade melhor a cada dia e aí deixar as pessoas terem a sua decisão”, disse ele. “Acho que tudo tem o seu tempo. Se vier o apoio, ótimo.”
No evento, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, afirmou que o apoio de Bolsonaro a Nunes “caminhava” para se concretizar e que, caso a aliança não ocorresse, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) poderia vencer o próximo pleito municipal.