Em aceno à Polícia Civil, Derrite resgata prática de Moraes em SP
Em aceno à Polícia Civil, Derrite participa de divulgação de operação; ato retoma prática de Alexandre de Moraes, quando era chefe da SSP
atualizado
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São Paulo – Em aceno à Polícia Civil de São Paulo, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, decidiu mobilizar o primeiro escalão da pasta e participar nesta terça-feira (17/1) do balanço de uma operação deflagrada mais cedo.
À tarde, Derrite foi até a sede do Departamento de Investigações Criminais (Deic), na zona norte da capital paulista, para parabenizar policiais civis envolvidos na Operação Teia, que terminou com a prisão de 38 pessoas, suspeitas de roubar R$ 14 milhões de uma empresa.
“Da nossa parte, na Secretaria da Segurança Pública, não poderia ser diferente. (Quis) estar aqui presente para apoiar o trabalho dos policiais civis, o importante trabalho de investigação que culminou com a prisão de 38 criminosos”, declarou Derrite.
O ato contou com a alta cúpula da polícia de São Paulo. Além do titular da SSP, participaram do balanço da Operação Teia o secretário-adjunto da Segurança Pública, o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, e o delegado-geral, Artur Dian.
Incomum
A participação em divulgações consideradas positivas era incomum em gestões anteriores da SSP, com o general João Camilo Pires de Campos, que chefiou a pasta de 2019 a 2022, e o procurador de Justiça Mágino Alves, de 2016 a 2018.
O último secretário a participar com frequência de eventos desse tipo em departamentos ou batalhões de polícia havia sido Alexandre de Moraes, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele chefiou a SSP de 2015 a 2016.
Valorização
A escolha de Derrite, que é capitão da reserva da Polícia Militar e deputado federal licenciado pelo PL, para comandar a Segurança Pública no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) sofreu resistência de parte dos agentes de segurança – principalmente entre os policiais civis.
Desde o período de transição de governo, Derrite tem feitos discursos que focam na integração entre as polícias. Também afirma que faz parte das prioridades da gestão valorizar os policiais, com base no tripé: recomposição salarial, plano de carreira e revisão da jornada de trabalho.
Atualmente, a Polícia Civil enfrenta déficit recorde e entidades de classe apontam baixa remuneração. Levantamento da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), por exemplo, mostra que o salário inicial de um delegado é de R$ 12,4 mil, o quarto pior entre as 27 unidades federativas do país. No Mato Grosso, o primeiro lugar do ranking, a remuneração chega a R$ 22,4 mil.
Com propostas em estudo, Derrite ainda não divulgou qual é o plano da SSP para a categoria.