Em ação no TRE, Boulos pede inelegibilidade de Tarcísio e Nunes
Boulos afirma que Tarcísio quis influenciar resultado de eleição, em ação ao TRE pedindo inelegibilidade do governador e da chapa de Nunes
atualizado
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São Paulo — O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSol, Guilherme Boulos, entrou neste domingo (27/10) com ação na Justiça Eleitoral contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pela fala sobre a suposta interceptação de bilhetes no sistema prisional com um “salve” do Primeiro Comando da Capital (PCC) pedindo votos para o psolista.
A ação mira Tarcísio, Ricardo Nunes (MDB) e seu candidato a vice, coronel Mello Araújo (PL), com a acusação de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação social. O documento pede a inelegibilidade de Tarcísio e da chapa de Nunes.
A peça afirma que a finalidade de Tarcísio de influenciar as eleições “fica clara pela escolha do momento para divulgação da coletiva, durante o horário da votação, com a presença dos candidatos abertamente apoiados pelo atual governador, todos com adesivo de propaganda dos candidatos representados em suas camisas”.
Mais cedo, após votar em um colégio no Morumbi, na zona sul de São Paulo, Tarcísio de Freitas disse à imprensa que um suposto “salve” do PCC teria sido interceptado pelo governo. O documento, segundo o governador, tinha uma orientação para voto em Boulos.
A ação de Boulos aponta que Tarcísio afirmou que recebeu a informação oficialmente, como governador, “usando o cargo para dar credibilidade ao relato, no dia das eleições, enquanto abertas as urnas”.
“Trata-se de gravíssima tentativa de influenciar no resultado do pleito, no dia da eleição, de uma forma jamais vista no Estado de São Paulo”, afirma o documento.
A peça pede que “ao final, reconhecendo-se o abuso de poder político e o abuso no uso dos meios de comunicação, sejam aplicadas as sanções previstas no artigo 22, XIV da LC 64/90”, referindo-se a trecho sobre inelegibilidade.
“Laudo do segundo turno”
Em entrevista coletiva, Boulos comparou a fala de Tarcísio ao laudo falsificado que Pablo Marçal (PRTB) publicou às vésperas do primeiro turno.
“Aconteceu algo extremamente grave, uma declaração irresponsável e mentirosa do governador Tarcísio de Freitas, ao lado do meu adversário, querendo atribuir que crime organizado, PCC, teria orientado voto em mim, sem apresentar nenhum tipo de prova. Esse é o laudo falso do segundo turno”, disse Boulos, em coletiva.
O candidato do PSol afirmou que a atitude de Tarcísio mostra desespero dos adversários e teve por objetivo influenciar o resultado das eleições.
Votação
Guilherme Boulos votou no CEU Campo Limpo, na zona sul, na manhã deste domingo. Ele afirmou estar confiante na vitória, apesar de as pesquisas apontarem seu adversário como favorito à reeleição.
Em coletiva de imprensa realizada na saída do voto, o candidato disse esperar por um resultado positivo ao seu favor. “Essa eleição é uma eleição muito acirrada, que se decide nas últimas horas. Ninguém vence eleições de véspera”, disse o deputado, completando: “É um sentimento de virada, é um sentimento de mudança”.