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Elo com PCC: dono da Transwolff recebeu R$ 48 milhões em 2 anos

Para o MPSP, movimentações de Pandora, dono da Transwolff, são incompatíveis com sua atividade econômica. Ele é acusado de elo com o PCC

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foto colorida de Luiz Carlos Efigênio Pandolfi, o Pandora, dono da Transwolff - Metrópoles
1 de 1 foto colorida de Luiz Carlos Efigênio Pandolfi, o Pandora, dono da Transwolff - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes Sociais

São Paulo — O dono da empresa de ônibus Transwolff, Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como Pandora, movimentou R$ 48,3 milhões em dois anos, de acordo com relatório de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) incluído pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) na denúncia contra ele.

Acusado de elo com o Primeiro Comando da Capital (PCC), Pandora foi preso na Operação Fim da Linha, em abril deste ano, deflagrada no âmbito da investigação sobre um suposto esquema de lavagem de dinheiro da facção por meio da Transwolff, que opera linhas de ônibus na zona sul da capital, e UpBus, na zona leste.

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Acessórios e produtos de beleza apreendidos em operação do MPSP
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Viaturas policiais a postos para participar da Operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
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Policiais recebem orientações antes de  participar da Operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
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Operação Fim de Linha, do MP, apreendeu armas e dinheiros com dirigentes de empresas de ônibus

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Agentes da receita em garagens de ônibus

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Luiz Carlos Efigênio Pandolfi, o Pandora, dono da Transwolff

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Pandora é réu por apropriação, extorsão e lavagem de dinheiro. Após dois meses na prisão, passando pela Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, o empresário foi solto no início de junho graças a um habeas corpus concedido pela 12ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Pandora nega as acusações.

Os R$ 48,3 milhões detectados pelo Coaf foram movimentados em uma conta do Banco do Brasil em dois períodos diferentes, entre agosto de 2018 e julho de 2019, e entre março de 2020 e março de 2021. O montante, segundo o MPSP, não é compatível com sua atividade econômica e ocupação profissional.

“Entre agosto de 2018 e julho de 2019, Luiz Carlos Pacheco auferiu R$34.246.546,00 em sua conta Banco do Brasil, tendo sido enquadrado como objeto de movimentação de recursos incompatível com sua atividade econômica ou ocupação profissional, em desacordo com seu cadastro junto à instituição financeira”, dizem os promotores.

A maioria das movimentações foi realizada com a própria Transwolff (130), que totalizam R$ 18,9 milhões. Além disso, foram reportados pelo Coaf R$ 14,9 milhões em 144 resgates de aplicações, R$ 13,6 milhões em 39 depósitos e R$ 4,7 milhões em 132 transferências.

Já entre março de 2020 e março de 2021, foram R$ 14 milhões movimentados por Pandora, sendo R$ 6,9 milhões em 58 transferências, e R$ 2,6 milhões em 147 resgates de aplicação.

Os promotores ainda citaram um depósito de R$ 505 mil recebido do restaurante Pranzo. Segundo o Coaf, após receber a quantia, Pandora fez uma série de transferências pulverizadas para uma outra conta bancária. O restaurante, segundo a denúncia, seria utilizado para emitir notas fiscais para a Transwolff.

Eles mencionam também transações realizadas mediante a venda de lotes em Salto, no interior de São Paulo, no valor de R$ 540 mil, em janeiro de 2022.

A defesa de Pandora enviou uma nota ao Metrópoles dizendo que as movimentações financeiras se devem ao fato de que a conta bancária é usada como “fonte pagadora às empresas”.

“Sobre as transações financeiras citadas pelo Banco do Brasil, informamos que esta é a fonte pagadora para às empresas, sendo assim é óbvio que o dinheiro tem que passar pela instituição citada”, diz a nota.

Operação Fim da Linha

Pandora foi o principal alvo da Operação Fim da Linha. Segundo os promotores do Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a Transwolff, também conhecida como TW, recebeu um aporte de R$ 54 milhões da facção criminosa, obtidos com tráfico de drogas e outros delitos, para participar da licitação do transporte público na capital paulista.

As investigações apontam que os dirigentes da Transwolff, liderados por Pandora, teriam obrigado, até sob ameaças, cooperativas a transferir seus controles à TW. Parte do dinheiro dos cooperados, segundo as investigações, também ficava com os suspeitos.

A defesa de Pandora tenta fazer com que a prisão preventiva imposta a ele seja convertida em domiciliar humanitária, em razão de supostos problemas cardíacos.

Prisão em 2006

Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, foi preso em junho de 2006 acusado de ter financiado uma tentativa de fuga de quadros ligados ao PCC na Cadeia Pública de Santo André, no ABC paulista. Na ocasião, ele presidia a Cooperpam, cooperativa de transportes que deu origem à atual Transwolff.

Em depoimento à polícia na época, Pandora negou ligação com o PCC, mas admitiu que a facção tinha atuação dentro da cooperativa.

Pandora também afirmou que o grupo ligado ao PCC era oriundo de outra cooperativa, a Transmetro, e havia entrado na Cooperpam por determinação do petista Jilmar Tatto, quando este ocupava o cargo de secretário de Transportes da gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (2001-2004).

Natural da zona sul paulistana, Pandora é ligado ao vereador Milton Leite (União), presidente da Câmara Municipal, e à família Tatto. Leite havia construído, em 2006, uma das garagens da Cooperpam e detém, na cidade, o controle do bilionário setor de transportes e de subprefeituras da zona sul.

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