Eleitor não vota em “professor de coach”, diz Nunes sobre Pablo Marçal

São Paulo — O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), disse nesta quinta-feira (30/5) que apesar de possivelmente perder votos para o coach Pablo Marçal (PRTB) na disputa à Prefeitura, o eleitorado, no fim das coisas, busca alguém que entenda da cidade e não de coaching.

“Eu preciso sair desse tema de política nacional, de questões ideológicas, de coaching. Já pensou, vou disputar com o Paulo Marçal sobre coaching? Vou perder, não quero. Eu quero discutir cidade. E as pessoas não estão votando em professor de coaching. Então, vamos votar em quem vai cuidar da cidade”, disse Nunes ao sair da Marcha para Jesus, na zona norte da capital.

De três pesquisas eleitorais divulgadas nesta semana, Paraná Pesquisas e Datafolha apontaram empate técnico entre Nunes e o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), com uma oscilação negativa nas intenções de votos para o prefeito após a confirmação da pré-candidatura de Marçal. Já a pesquisa do instituto Atlas mostrou Boulos à frente.

“[A pesquisa] Demonstra que mesmo tendo mais um candidato que, do ponto de vista de área política, de atuação política, tira votos da minha base política, estou bem, continuo crescendo, mesmo assim”, avaliou Nunes.

O prefeito repetiu que a discussão que definirá as eleições será sobre a cidade de São Paulo, e não sobre assuntos nacionais e ideológicos.

“Falo com muita tranquilidade e seriedade: a discussão será sobre a cidade. Alguns, num certo momento, que tem uma habilidade maior de comunicação, coaching, vão ter ali uma certa visibilidade, mas depois quando você entrar no assunto da cidade, eu desafio qualquer um deles a conhecer mais a cidade do que eu”, disse Nunes.

O prefeito também disse que não teme perder o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo que alguns bolsonaristas tenham sinalizado interesse em abraçar a candidatura de Marçal.

“No cenário de hoje, não existe nenhuma possibilidade de o que a gente construiu de aliança e de apoio se altere”, afirmou Nunes.

Ele também disse ter confiado mais nas pesquisas do Paraná Pesquisas e do Datafolha do que a apresentada pela Atlas, na qual aparece atrás de Boulos, por se tratarem de levantamentos que entrevistam pessoalmente os eleitores.

“Só faria uma observação, sem desconsiderar nenhuma pesquisa, mas na pesquisa feita por internet você acaba não tendo muita base científica e dá uma diferença muito grande, que destoa um pouquinho do que todas as outras pesquisas têm colocado”, afirmou.