“Efeito zumbi”: polícia apreende receita da droga k9, com ácido sulfúrico
Chamada de maconha sintética, droga que provoca o “efeito zumbi” já foi proibida pelo PCC nas bocas de fumo para não atrapalhar o tráfico
atualizado
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São Paulo — A Polícia Civil paulista apreendeu nesta sexta-feira (5/5), em Carapicuíba, na Grande São Paulo, a receita usada por traficantes para produzir a k9 ou spice, droga chamada de maconha sintética que provoca o “efeito zumbi” nos usuários.
Entre os ingredientes da mistura encontrada pela polícia havia ácido sulfúrico, usado na fabricação de fertilizantes, produtos de limpeza e até de explosivos.
Anotada a mão, em duas páginas de caderno escolar, a receita ainda conta com o “modo de preparo” do canabinoide sintético, que originalmente resulta em um líquido.
A substância costuma ser borrifada em um tipo de tabaco, para ser fumada como um cigarro, e vendida falsamente como “maconha sintética”. Apesar do nome, a droga não é feita com nenhum derivado da erva natural.
O entorpecente também é conhecido como spice, space, k2, k4 e k9 e teve o consumo proibido pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) perto dos pontos de venda, por causa dos efeitos avassaladores que causa, gerando internação e morte.
Dois suspeitos, identificados como Alexandre Camargo e Vinícius Dias Correa, foram presos em flagrante, por tráfico de drogas. Além da receita da K9, a Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Carapicuíba apreendeu com eles um quilo da droga sintética.
O delegado Estevão Castro, da Dise, explicou que a receita era usada para produzir a droga em laboratórios clandestinos. A k9, depois de manufaturada, era levada para o ponto de venda, onde houve a apreensão.
Origem na prisão
O primeiro registro de apreensão da chamada maconha sintética em São Paulo ocorreu na véspera do Natal de 2017, na Penitenciária de Presidente Bernardes, no interior paulista. Na cadeia, a droga é chamada de k4 e chega borrifada em folhas de papel, cartas ou fotografias.
O Metrópoles revelou com exclusividade que as apreensões do entorpecente explodiram no sistema carcerário paulista. Só no ano passado, foram 4.091 casos, o equivalente a um a cada duas horas.