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Eduardo Leite suspende eleição no PSDB em SP e rivais falam em “golpe”

Governador Eduardo Leite (RS) determinou que nova direção do PSDB em SP, que toma posse no dia 29, será indicada pelo diretório nacional

atualizado

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Patrícia Cruz / Governo do Estado de SP
Imagem colorida mostra Eduardo Leite, homem branco, de cabelo e barba aparada castanhos, paletó azul, camisa branca e calça verde musgo, falando ao microfone em um púlpito transparente, em um palco, com um painel escrito "Cosud"com letras coloridas ao fundo - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Eduardo Leite, homem branco, de cabelo e barba aparada castanhos, paletó azul, camisa branca e calça verde musgo, falando ao microfone em um púlpito transparente, em um palco, com um painel escrito "Cosud"com letras coloridas ao fundo - Metrópoles - Foto: Patrícia Cruz / Governo do Estado de SP

São Paulo – O presidente nacional do PSDB, Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, suspendeu até fevereiro a realização da convenção estadual do partido em São Paulo. O evento estava marcado para ocorrer no próximo dia 29 de outubro.

A decisão abre um novo capítulo na profunda crise na qual o partido está mergulhado e resultou em acusações de “golpe” por integrantes do PSDB na capital paulista que reivindicam o controle da legenda.

Leite está em São Paulo para a reunião do Conselho de Integração Sul-Sudeste (Cosud), em parceria com os demais governadores da região. Ele manteve reuniões nessa quinta-feira (19/10) com tucanos paulistas.

Segundo auxiliares, a decisão ocorreu após Leite receber uma representação feita por lideranças como os ex-deputados José Serra e José Anibal, quadros históricos do PSDB.

No documento, Leite cita “manifestações de importantes lideranças partidárias” preocupadas com o fraco desempenho do partido no Estado e “a total ausência da mobilização partidária necessária à realização das convenções agregadoras e democráticas” para justificar a intervenção.

Ele citou ainda o fato de que o presidente do diretório estadual, Marco Vinholi, ter participado da festa de filiação no PL do prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado. Machado era tucano e foi um dos coordenadores da fracassada pré-campanha do ex-governador João Doria à Presidência.

A resolução do governador gaúcho suspende a realização da convenção estadual por 180 dias. Como o mandato dos atuais dirigentes vence no próximo dia 29/10, a resolução determina que a Executiva Nacional do PSDB designará uma comissão provisória para comandar o diretório paulista pelos próximos seis meses.

Leite fora da direção nacional

Leite é presidente provisório do PSDB. Nessa quinta-feira (19/10), durante o Cosud, ele disse que não participará das eleições nacionais da sigla, que vão ocorrer em novembro.

“As necessidades de atendimento das questões eleitorais, agora com as eleições municipais, vão exigir muito do presidente do partido para estratégias de candidatura, coligações e financiamento”, disse ele, ao afirmar que precisa priorizar o governo do Rio Grande do Sul.

Em setembro, o diretório municipal do PSDB da capital paulista elegeu Fernando Alfredo para a presidência da sigla na cidade, em um processo que, uma semana depois, foi anulado por Leite, por supostas irregularidades na votação.

Para Alfredo, Leite “tem se mostrado um líder totalmente incapaz de aglutinar o partido”. O dirigente afirma que o PSDB paulista representa até 40% do partido e poderia ditar os rumos da legenda. Por isso, diz, haveria interesse de grupos de outros estados em conter o espaço dos tucanos paulistas.

“No que eles estão de olho? No fundo eleitoral que o PSDB vai ter no ano que vem”, disse Alfredo, que classificou o ato de Eduardo Leite como “golpe”.

Batalha interna

A batalha pelo controle do PDSB começou em meio à disputa entre Eduardo Leite e João Doria para ver quem seria o candidato tucano à Presidência da República, no ano passado. Doria venceu as prévias contra Leite, mas não conseguiu apoio interno e acabou desistindo da disputa e, posteriormente, saindo do partido.

Mesmo assim, o ex-governador manteve aliados como Marco Vinholi, que foi seu secretário de Desenvolvimento Regional, e o próprio Alfredo, amigo pessoal de Bruno Covas, nas chefias dos diretórios estadual e municipal, respectivamente, embora tivesse uma série de adversários tucanos no estado.

Em fevereiro deste ano, o então presidente do PSDB, Bruno Araújo, deixou o posto em favor de Leite, com apoio de tucanos como o deputado Aécio Neves, adversário de Doria dentro da legenda.

O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, questionou a legalidade do processo na Justiça, que determinou que a sigla deveria fazer novas eleições. A data ainda não foi marcada, mas o combinado é que ocorra até o fim de novembro. Neste período, Leite continua na presidência, de forma provisória.

No mês passado, ao não reconhecer o processo que manteve Fernando Alfredo na presidência do diretório paulistano, Leite indicou o ex-secretário de Habitação Orlando Faria para comandar a sigla na cidade.

A expectativa é que o diretório municipal se mantenha de forma provisória até a convenção estadual. A nova diretoria no estado organizaria as eleições para o comando partidário na capital paulista.

Com a resolução de Leite desta quinta, a indicação de um novo diretório municipal, agora, só deve ocorrer em abril do ano que vem.

Eleições 2024

A disputa interna no PSDB interfere na posição que o partido deve adotar nas eleições municipais do ano que vem. Os tucanos que estão com Eduardo Leite defendem que a sigla precisa ser reconstruída e, para isso, precisa lançar um candidato próprio à Prefeitura de São Paulo em 2024.

Já o grupo de Alfredo, que tem apoio de parte da bancada do partido na Câmara Municipal e de secretários tucanos da gestão Ricardo Nunes (MDB), defendem que o partido apoie a reeleição do atual prefeito.

Em nota, o presidente do diretório paulista, o ex-deputado estadual Marco Vinholi, declarou que a decisão de Leite “foi recebida com grande desapontamento e pesar, uma vez que contraria os valores fundamentais do partido”.

“É notório, que a saída de mandatários e quadros do partido tem-se dado muito pela condição de incerteza que a postura de golpe em São Paulo tem gerado desde janeiro de 2023”, diz o texto.

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