Centenário Edifício Martinelli será fechado por um ano para reforma
Ícone de SP, o prédio passará por obras nos quatro andares mais altos, os quais ficaram abertos nos últimos meses para visitas e festas
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — O centenário Edifício Martinelli passará por uma reforma, prevista para durar um ano, nos últimos quatro andares. Depois da badalada abertura desde março deste ano para realização de festas e visitas guiadas, o espaço será restaurado e transformado em um complexo cultural.
Com mais de 100 metros, o prédio fica na Rua Líbero Badaró, no Centro Histórico de São Paulo. O primeiro arranha-céu da capital paulista teve a construção iniciada em 1924.
No Instagram, a concessionária responsável anunciou que já começou a fazer testes para as obras no Edifício Martinelli. Desde 2023, por meio de uma licitação, o espaço é administrado pelo Grupo Tokyo, que pagou mais de R$ 61 milhões à Prefeitura de São Paulo para transformar a área. Licenças municipais ainda estão em fase de aprovação.
“Com a supervisão do Estúdio Sarasá, responsável pelo restauro histórico do prédio e também de alguns dos principais equipamentos da cidade, como o Museu do Ipiranga e o Theatro Municipal, foram feitos os primeiros testes de guarda corpo de vidro, com o objetivo de trazer mais segurança e liberdade, permitindo que todos observem a cidade em 360 graus”, destacou.
Estimada em centenas de milhões de reais, a reforma deve incluir a inauguração de restaurante, cafés e bar, assim como salas para exposições e eventos. Uma loja de arte também estará no repertório.
Edifício Martinelli
Inaugurado em 1929, o edifício foi idealizado por Giuseppe Martinelli inicialmente com 12 andares, mas, depois de cinco anos, chegou a 30. Como um ponto de encontro da elite paulista, abrigou hotéis de luxo, cinemas e boates.
No entanto, após o proprietário perder a própria fortuna com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, o arranha-céu passou por uma intensa crise. O prédio chegou a ser vendido ao governo da Itália, mas, em 1943, foi confiscado pelo governo brasileiro, na Segunda Guerra Mundial.
“Em 1975, o prefeito Olavo Setúbal desapropriou o edifício e deu início a uma restauração que terminou em 1979. Atualmente, o Martinelli é endereço de diversas repartições municipais, como a Emurb [Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo] e a Cohab [Companhia Metropolitana de Habitação]”, relembra o site da prefeitura.
Nos últimos três meses, por meio do projeto M100, o edifício ficou aberto para visitação, em comemoração ao centenário. O tour passa pelo saguão e finaliza no terraço, onde é possível ter uma vista panorâmica da cidade.