Edema na cabeça diminui e delegado da PF baleado tem quadro estável
Delegado da PF Thiago Selling Cunha foi baleado na cabeça durante operação de busca e apreensão no Guarujá (SP), na semana passada
atualizado
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São Paulo — Baleado na cabeça durante uma operação de busca e apreensão no Guarujá, litoral paulista, na semana passada, o delegado da Polícia Federal (PF) Thiago Selling Cunha, de 40 anos, apresentou melhoras em sua recuperação no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e está com quadro de saúde estável.
Segundo fontes da PF, uma tomografia mostrou que o edema (inchaço) na cabeça do delegado regrediu bem nos últimos dias e a previsão é que comecem a retirar a sedação na próxima quinta-feira (24/8). Cunha está na UTI do Sírio-Libanês desde a última quarta-feira (16/8), quando foi transferido de helicóptero da Polícia Militar do hospital onde foi socorrido logo após levar o tiro, no Guarujá.
Selling foi atingido por um tiro de pistola 9 milímetros na cabeça, perto da região ocular, na terça-feira (15/8). A bala o feriu de raspão, mas atingiu o osso e provocou perda mínima de massa encefálica. Ele passou por uma cirurgia no Hospital Santo Amaro, no Guarujá, para retirar fragmentos que provocaram inchaço no cérebro.
O delegado da PF foi atingido durante tiroteio na comunidade da Cachoeira. Dois suspeitos foram presos com uma submetralhadora, uma pistola, drogas e dinheiro.
Mulher grávida
O delegado da PF atua há cerca de cinco anos no combate a crimes contra o patrimônio em São Paulo e compartilhou com colegas, nos últimos meses, a ansiedade com o nascimento de sua primeira filha, previsto para ocorrer ainda neste ano.
Nascido na Bahia, Selling é descrito por colegas como um policial “vibrante” e muito atuante nas operações de rua da PF e na direção do sindicato da categoria. Antes de se tornar delegado, há cerca de dez anos, ele já era escrivão da Polícia Federal e trabalhou em Belém, no Pará, até chegar a São Paulo, em 2018.
Operação Escudo
A ação envolvendo o delegado da PF ocorre em meio a uma megaoperação deflagrada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) no litoral sul paulista, após o assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, de 30 anos, das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), a tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo.
O PM foi morto no dia 27 de julho, também no Guarujá, atingido por um disparo de 9 milímetros na região do tórax, dentro da viatura, enquanto fazia patrulhamento com outros quatro policiais na periferia da cidade. Após o episódio, ao menos 19 suspeitos foram mortos em supostas trocas de tiro com policiais na Operação Escudo. Mais de 360 pessoas acabaram presas, e 800 quilos de drogas foram apreendidos, em duas semanas.