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Dupla é morta a tiros após tentar pular muro de cadeia com celulares

Com suspeitos, que ainda não foram identificados, a PM apreendeu 41 celulares, 50 carregadores, 28 chips de telefone e dois revólveres

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Montagem com foto colorida de fachada de presídio, com destaque na lateral esquerda de celulares sobre mesa - Metrópoles
1 de 1 Montagem com foto colorida de fachada de presídio, com destaque na lateral esquerda de celulares sobre mesa - Metrópoles - Foto: Divulgação/SAP

São Paulo – Dois suspeitos morreram após supostamente trocarem tiros com policiais militares, na noite dessa sexta-feira (10/5), em Mongaguá, litoral paulista. Ambos ainda não haviam sido identificados até a publicação desta reportagem, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo.

Antes do suposto confronto, a dupla teria tentado entrar no Centro de Progressão Penitenciária da cidade litorânea pulando o muro, por volta das 19h, levando celulares, carregadores e chips.

A dupla foi flagrada sobre o muro da unidade indo em direção aos alambrados de segurança, conforme afirmado ao Metrópoles pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

“Imediatamente, os policiais penais se deslocaram até o local, onde foram recebidos com disparos de arma de fogo”, afirmou a pasta.

Os agentes penitenciários, então, revidaram, e a dupla, “acuada”, conseguiu pular novamente o muro da cadeia e fugir correndo para o meio de uma mata.

Tiroteio e mortes

Policiais militares que faziam ronda pelo bairro Balneário Cavalo Marinho foram acionados para dar apoio.

Durante buscas nas redondezas da unidade prisional, os policiais afirmaram, em depoimento, ter encontrado um dos suspeitos escondido em um bar “baleado na região da perna”.

“O suspeito atirou contra os agentes, que intervieram e o atingiram”, diz trecho de relato deles à Polícia Civil. O segundo suspeito, ainda de acordo com os PMs, estaria “escondido atrás de uma porta”, armado com um revólver calibre 32.

“Os policiais intervieram e os dois homens morreram no local”, diz trecho de registros oficiais, sem detalhar a dinâmica do suposto tiroteio.

Com a dupla, segundo a SSP, foram apreendidos 41 celulares, 50 carregadores, 28 chips e dois revólveres, calibres 38 e 32.

As armas dos agentes penitenciários e dos PMs também foram apreendidas, de acordo com a pasta.

O caso é investigado pela Delegacia Sede de Mongaguá como morte decorrente de intervenção policial, resistência, localização de objeto e tentativa de entrada ilegal de aparelho móvel de comunicação em estabelecimento prisional.

“Superlotado” e com “baixo efetivo”

O Metrópoles apurou que, em 18 de fevereiro, policiais penais da mesma unidade foram alvo de tiros dados por criminosos que também teriam tentado invadir o centro prisional. Ninguém se feriu ou foi preso na ocasião.

O CPP da cidade do litoral paulista fica ao lado de uma região de mata. Nele estavam encarcerados, até essa sexta-feira, 2.089 homens, segundo a SAP, cumprindo pena no regime semiaberto. A unidade dispõe oficialmente, porém, de 1.640 vagas.

A proximidade com o matagal facilita a ação de bandidos, vindos de fora. O Criminosos também usam drones, para arremessar pacotes, com celulares e drogas, envoltos em grama, para dificultar a localização dos itens.

Em 2020, durante a pandemia, houve uma evasão em massa da unidade, após a suspensão do benefício da saída temporária, na qual fugiram 577 detentos (assista abaixo).

 

Dois anos antes, em 19 de dezembro, um agente de segurança penitenciário foi ferido, com um tiro de raspão, em uma das pernas, durante uma tentativa de resgate na unidade.

O sindicato dos funcionários do sistema prisional paulista, o Sifuspesp, afirma em nota que funcionários do CPP de Mongaguá se queixam sobre a falta de estrutura e pessoal “para garantir a segurança” da unidade.

“Superlotado, com baixo efetivo, em área de risco e com apenas três policiais penais armados no apoio a segurança, o CPP Mongaguá se tornou uma das unidades mais arriscadas do sistema prisional paulista”, afirma a entidade.

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