Drone com alto-falante, teleférico e bolsões: a SP que Marçal promete

São Paulo — Prestes a oficializar sua candidatura à Prefeitura da capital, em convenção marcada para o próximo domingo (4/8), o influenciador e empresário Pablo Marçal (PRTB) tem usado as redes sociais para apresentar uma série de soluções no mínimo inusitadas para os problemas da cidade, em especial os relacionados à mobilidade.

Algumas delas lembram as promessas feitas por Levy Fidelix (morto em 2021), político folclórico de São Paulo que concorreu a prefeito da capital cinco vezes pelo mesmo partido de Marçal. A proposta mais conhecida do eleitor paulistano é o “aerotrem”, que seria uma versão mais futurista do atual monotrilho.

No caso de Marçal, a primeira proposta de mobilidade que ele apresentou foi instalar teleféricos interligando bairros da periferia. “O teleférico é um cinturão para ligar as comunidades”, disse o pré-candidato, em uma sabatina realizada neste mês. “É uma das várias soluções do trânsito”, completou.

Ele já cogitou que o novo meio de transporte também conectasse os bairros a estações de trem que ficam nos extremos da capital e citou a cidade de Medelín, na Colômbia, como exemplo. “Existe uma vocação cultural de algumas comunidades, que a gente tem que criar ponto gastronômico, centro olímpico e fazer com que essas comunidades sejam interligadas”, disse o ex-coach.

“Isso não é uma solução da cidade de São Paulo. É uma solução que vai desafogar várias pessoas que ficam se movendo no centro de São Paulo”, afirmou o pré-candidato do PRTB, sem dizer quantas pessoas poderiam ser transportadas por dia desta forma.

A Pesquisa Origem Destino do Metrô, levantamento mais completo sobre a mobilidade na cidade, realizado a cada dez anos, mostra que o principal fluxo de pessoas na cidade é dos bairros — onde se concentram as moradias — para o centro — onde estão os empregos —, e não entre bairros.

Marçal tem falado também sobre a construção de mais duas faixas na Marginal Tietê para criar uma “linha expressa” na principal via que corta a cidade. “Dá para fazer mais duas faixas ali. Já conversei com a engenharia sobre a Marginal Tietê”, afirmou.

O influencer também defende outra ideia que já foi apresentada por Levy Fidelix, mas que depois foi defendida pelos ex-prefeitos Fernando Haddad (PT) e João Doria (sem partido): a retirada da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) da Vila Leopoldina, na zona oeste, diminuindo o fluxo de caminhões nas marginais. A ideia é instalar o local em uma região mais afastada, próxima a uma rodovia.

Ainda sobre a mobilidade, Marçal tem prometido construir dez “bolsões” de estacionamento subterrâneos, com capacidade para até 50 mil vagas, na chegada das dez rodovias que dão acesso à cidade. A proposta é que pessoas que chegam de outros municípios possam estacionar nessas garagens, que seriam interligadas a sua rede de teleféricos.

Drones com alto-falante

Para melhorar a segurança pública na cidade, um dos principais problemas apontados pelos eleitores, segundo as pesquisas, Marçal também vem prometendo uma inovação tecnológica com ares futuristas: drones com alto-falante e visão especial. Ele diz que já utiliza o equipamento para sua segurança pessoal.

“Eu tenho uns drones na minha segurança pessoal, são uns drones de [visão] infravermelho e alto-falante. Você pode colocar a 60 metros de altura que ele manda o recado e todo mundo ouve. Vou chegar em alguns lugares, os drones chegam antes, fazem a varredura das janelas. Eu estou sendo ameaçado, tive de comprar isso daí, de Israel”, afirma o influenciador, em um vídeo que está em seu perfil no Instagram.

“Você imagina a gente colocar isso na cidade de São Paulo”, segue Marçal. “Você começa a varrer os lugares com drones, eles ficam estacionados no topo dos prédios. Automaticamente, precisou de varrer algo [sic], não precisa mandar três, quatro, cinco guardas municipais. Manda o drone”, diz Marçal.

O pré-candidato do PRTB não especifica quantos equipamentos seriam comprados e a que custo, mas questiona o resultado que sua política teria caso a cidade tivesse “10 mil drones como esse”.