Drone ajuda polícia a prender trio do PCC ligado ao Novo Cangaço
Três suspeitos foram presos no momento em que desmontavam um carro no Capão Redondo. Armas e dinamites foram encontradas no local
atualizado
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São Paulo — Três criminosos foram presos pela Polícia Civil no momento em que desmontavam um carro, em um terreno particular e murado, na zona sul paulistana. O flagrante ocorreu por volta das 15h30 dessa quinta-feira (3/10) com o uso de um drone.
Policiais de Carapicuíba, Grande São Paulo, investigam um núcleo do Primeiro Comando da Capital (PCC) — ligado ao Novo Cangaço e especializado no roubo e receptação de cargas — e apuraram que parte da quadrilha fica sediada no Capão Redondo.
Em uma área livre, sem numeração, os policiais identificaram dois homens desmontando um carro, enquanto outro caminhava no entorno, com uma arma nas mãos.
Os policiais, então, pararam uma viatura descaracterizada perto de uma casa, logo após os criminosos entrarem nela.
Abordagem e prisão
Aguardando o momento certo, cientes de que os suspeitos tinham ao menos uma arma de fogo, os investigadores conseguiram abordar um dos criminosos, que deixou os policias entrarem no terreno. No local também abordaram os outros dois suspeitos.
Com o trio já rendido, foram localizados e apreendidos um revólver calibre 357, uma pistola calibre 380, uma espingarda calibre 12, além de cinco bananas de dinamites e dois detonadores dos explosivos.
Os policiais ainda localizaram um carro clonado.
Segundo endereço
As investigações também identificaram outro endereço, ainda no Capão Redondo, usado pela quadrilha. No local, dentro de um barracão, em um terreno baldio, mais um carro clonado foi localizado e duas bananas de dinamite.
No interior de um baú de caminhão, uma moto, também clonada, foi encontrada e ao lado dela havia coletes a prova de bala, capacetes e balaclavas.
Guilherme Ortega Barbi, de 33 anos, Lucas Calixto e Francisco André Oliveira Pereira, ambos de 30, foram presos em flagrante por receptação, adulteração de veículo, porte ilegal de arma de fogo e associação criminosa. A defesa deles não foi localizada. O espaço segue aberto.
PCC e Novo Cangaço
Como já mostrado pelo Metrópoles, membros do PCC organizam e executam grandes assaltos chamados de Novo Cangaço. Além de arrecadar dinheiro emergencialmente, essas ações também são uma forma de mostrar o poder de fogo da facção e impor medo.
Em março de 2016, por exemplo, a quadrilha queimou dois caminhões e trocou tiros em Campinas, interior de São Paulo, após roubar R$ 4,8 milhões da Protege.
Pouco mais de um ano depois, já em Ciudad del Este, no Paraguai, o PCC levou US$ 40 milhões — R$ 194 milhões, na cotação de abril de 2017 — da Prosegur. Foram usados explosivos no que foi considerado o maior assalto da história paraguaia até então.
Já em dezembro de 2020, a facção roubou R$ 130 milhões do Banco do Brasil em Criciúma (SC). Para isso, levantou barricadas com carros incendiados e fez reféns sentados em meio à rua contra a reação da polícia.