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Dono do Porsche diz que não bebeu e não tinha noção da velocidade

O empresário Fernando Sastre Andrade Filho afirmou, neste domingo (5/5), em entrevista ao Fantástico, que não ingeriu bebida alcoólica

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Imagem mostra homem com camiseta preta; ele é Fernando Sastre Filho, preso após atropelar e matar motorista de aplicativo com seu porsche - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra homem com camiseta preta; ele é Fernando Sastre Filho, preso após atropelar e matar motorista de aplicativo com seu porsche - Metrópoles - Foto: Reprodução/TV Globo

São Paulo — O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, acusado de dirigir embriagado, bater um Porsche na traseira de outro veículo e matar um motorista de aplicativo no dia 31 de março, na zona leste de São Paulo, afirmou neste domingo (5/5) que não ingeriu bebida alcoólica e não teve a sensação de que estava em alta velocidade. A Justiça determinou a prisão preventiva de Fernando Filho na sexta-feira (3/5) e, desde então, ele é procurado pela Polícia Civil.

A entrevista ao Fantástico, da TV Globo, foi concedida na própria sexta, sete horas antes de ser determinada a prisão. Fernando Filho diz que só bebeu água durante toda a noite. “Não consumi [bebida alcoólica]. Não bebi no primeiro ambiente, não bebi também na casa de pôquer”, afirmou. Orientado pela defesa, o empresário não comentou depoimento de outras testemunhas que dizem que ele bebeu.

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Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade
Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade
Empresário Fernando Sastre de Andrade Filho sai do 30º DP pela porta da frente
Acompanhado da mãe, Fernando Sastre de Andrade Filho se apresentou à delegacia em 1º de abril de 2024
Fernando Sastre de Andrade Filho estava desaparecido
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Motorista do Porsche esteve na unidade policial para prestar depoimento

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Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade

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Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade

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Empresário Fernando Sastre de Andrade Filho sai do 30º DP pela porta da frente

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Acompanhado da mãe, Fernando Sastre de Andrade Filho se apresentou à delegacia em 1º de abril de 2024

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Fernando Sastre de Andrade Filho estava desaparecido

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Dianteira de carro de luxo ficou completamente destruída

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Asfalto ficou com marcas de pneus após acidente, ocorrido em alta velocidade

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Carro da vítima teve a traseira destruída

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Motorista do Renault Sandero morreu durante atendimento hospitalar

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Investigações apontaram que o carro do empresário estava a 156 km/h na Avenida Salim Farah Maluf, na Tatuapé, zona leste de São Paulo, no dia 31 de março, onde a velocidade máxima permitida é de 50 km/h. Fernando Filho, entretanto, disse que não teve essa sensação de velocidade.

“Dentro do carro, não tive essa sensação de que estava em tamanha velocidade. Seria valida uma segunda perícia, uma segunda análise”, afirmou.

O empresário também negou que tenha recebido tratamento privilegiado. “Não tenho acompanhado muito as mídias, não sei a dimensão que está isso também. Não sou nada disso, não tive tratamento privilegiado. Foi um caso midiático que estourou e foi isso. Para mim, foi tudo normal. Fui tratado como qualquer um”, disse.

Fernando Filho afirma que permaneceu por cerca de uma hora, uma hora e meia no local do acidente, antes da liberação por parte dos PMs que acompanhavam a ocorrência. A análise de câmeras corporais e daquelas que filmam a via apontam que foram cerca de 40 minutos.

Questionado sobre o porquê de não ter ido ao hospital após a liberação por parte dos PMs, o empresário disse que passou em casa para pegar a carteirinha do plano de saúde, ficou nervoso e acabou medicado pela mãe. “Quando chego em casa, tenho um alto descontrole, fico muito nervoso com tudo aquilo que está acontecendo e aí ela me dá um remédio. Aí, eu apago”, diz.

Sobre o fato de câmera ter flagrado o que seria uma discussão com a namorada antes de pegar o carro, após o pôquer, o empresário afirmou que convidou o amigo Marcus Vinícius para ir consigo para andarem com o Porsche, não porque estaria alterado pela bebida. Ele disse que isso já tinha acontecido anteriormente. “Quando a gente vai para o pôquer, o Marcus vai comigo porque queria conhecer o carro também.”

Família da vítima

O dono do Porsche diz que pediria desculpas aos familiares do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, que dirigia o Renault Sandero e morreu após a colisão. “Penso nisso. Penso ‘e se fosse o meu pai?’ Aí, eu sei que não tem nada que a outra parte pode me dar, falar, que vai trazer meu pai de volta. A única coisa seria um pedido de desculpas sincero, de coração. Seria isso que poderia pedir para eles”, afirmou.

Os filhos e a viúva de Viana disseram não estar convencidos dos pedidos de desculpa. “Para ser sincero, não senti nele um pingo de arrependimento, uma emoção da parte dele. Tanto que depois que vi a filmagem das câmeras ele sequer pergunta do meu pai e a mãe dele muito menos”, disse um dos filhos de Viana, Lucas Morais da Silva. “Trataram meu pai igual a um nada”, afirmou.

Homicídio

Fernando Filho é réu por homicídio qualificado e lesão corporal gravíssima. O motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, que dirigia um Renault Sandero, morreu logo após a colisão. A outra vítima é o estudante Marcus Vinicius Machado Rocha, 22 anos, carona no Porsche — fraturou quatro costelas, precisou ser hospitalizado e perdeu o baço.

Apresentando sinais de embriaguez, Fernando Filho recebeu permissão dos PMs para ir embora, sem fazer o teste do bafômetro. Os policiais também são alvos de investigação.

Câmeras de monitoramento flagraram Fernando Filho dirigindo o Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, em altíssima velocidade (veja acima) quando bateu na traseira do carro de Ornaldo. O motorista de aplicativo foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu de traumatismo cranioencefálico.

Investigação

Laudo do Instituto de Criminalística apontou que a velocidade média do Porsche era de 156 km/h. Quando se apresentou à polícia, contudo, mais de 36 horas após o acidente, o empresário disse que estava “um pouco acima da velocidade máxima permitida”, que é de 50 km/h.

À polícia, o amigo que estava no Porsche disse que Fernando Filho havia ingerido bebida alcóolica antes, contrariando o depoimento do empresário.

Antes do acidente, os amigos e suas respectivas namoradas foram a um restaurante, onde o grupo consumiu nove drinks, e depois a uma casa de poker, com open bar.

A análise das imagens das câmeras corporais dos PMs que atenderam a ocorrência mostra o momento em que Fernando Filho é liberado do local do acidente junto com a mãe, sob a justificativa de que iria procurar atendimento médico.

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