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Dono da Transwolff é transferido para principal presídio do PCC

Luiz Carlos Efigênio, Pandora, estava na Penitenciária de Iperó e foi transferido para P2 de Presidente Venceslau no final de abril

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foto colorida de Luiz Carlos Efigênio Pandolfi, o Pandora, dono da Transwolff - Metrópoles
1 de 1 foto colorida de Luiz Carlos Efigênio Pandolfi, o Pandora, dono da Transwolff - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes Sociais

São Paulo — O empresário Luiz Carlos Efigênio, o Pandora, dono da empresa de transporte coletivo Transwolff, foi transferido em 30 de abril para a penitenciária P2 de Presidente Venceslau, o maior reduto do Primeiro Comando da Capital (PCC) no sistema penitenciário de São Paulo. A informação foi publicada pelo UOL e confirmada pelo Metrópoles.

Pandora, que é réu por apropriação indébita, extorsão e lavagem de dinheiro, estava na Penitenciária de Iperó, na porção oeste do estado, desde o início de abril, quando foi preso na esteira da Operação Fim de Linha, contra empresas de ônibus usadas pelo PCC para lavar dinheiro do tráfico de drogas. O dono da Transwolff foi apontado como um dos líderes do esquema.

De acordo com as investigações, a empresa, conhecida como TW, cresceu de forma ilícita depois que a Prefeitura de São Paulo transferiu a operação de linhas para a iniciativa privada, no início dos anos 2000.

Os dirigentes, capitaneados por Pandora, teriam obrigado, até sob ameaças, cooperativas a transferir seus controles à TW. Parte do dinheiro dos cooperados, segundo as investigações, também ficava com os suspeitos.

A defesa de Pandora tenta fazer com que a prisão preventiva imposta a ele seja convertida em domiciliar humanitária, em razão de supostos problemas cardíacos. Até o momento, todos os pedidos foram negados.

Em nota enviada ao Metrópoles, a defesa de Luiz Carlos Efigênio diz que ele “nunca fez parte do Primeiro Comando da Capital e nunca fará”.

“A prisão é indevida. O local onde ele foi mandado, está sendo uma vítima política, estamos no meio em uma guerra política. Existem outras provas dentro do processo onde se vê claramente que o Sr Luiz não possui a nenhuma facção criminosa. O MP junto à Secretaria de Administração Penitenciária está fazendo tudo para dificultar a defesa dele com consequentes manobras de transferi lo num curto espaço de tempo”, diz a nota.

Prisão em 2006

Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, foi preso em junho de 2006 acusado de ter financiado uma tentativa de fuga de quadros ligados ao PCC na Cadeia Pública de Santo André, no ABC paulista. Na ocasião, ele presidia a Cooperpam, cooperativa de transportes que deu origem à atual Transwolff.

Em depoimento à polícia na época, Pandora negou ligação com o PCC, mas admitiu que a facção tinha atuação dentro da cooperativa.

Pandora também afirmou que o grupo ligado ao PCC era oriundo de outra cooperativa, a Transmetro, e havia entrado na Cooperpam por determinação do petista Jilmar Tatto, quando este ocupava o cargo de secretário de Transportes da gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (2001-2004).

Natural da zona sul paulistana, Pandora é ligado ao vereador Milton Leite (União), presidente da Câmara Municipal, e à família Tatto. Leite havia construído, em 2006, uma das garagens da Cooperpam e detém, na cidade, o controle do bilionário setor de transportes e de subprefeituras da zona sul.

Recentemente a Justiça determinou a quebra de sigilo bancário de Milton Leite no âmbito da Operação Fim de Linha.

Investigações

Até 2022, ao menos quatro empresas de ônibus que operam nas zonas leste e sul da capital já estavam na mira do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e da Polícia Civil de São Paulo por suspeitas de envolvimento com o PCC.

Duas delas, a Transunião e a UpBus, que operam na zona leste, já foram alvo de operações conduzidas pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e pelo Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil.

Alguns dirigentes dessas companhias já foram presos sob acusação de atuarem para a facção e de envolvimento em assassinatos na disputa pelo comando das empresas.

No caso da Transunião, segundo o Deic, a diretoria é investigada por suspeita de participar da lavagem de dinheiro de familiares de Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, irmão de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC. Eles negam envolvimento com o crime organizado.

Já a UpBus, que teve R$ 40 milhões em bens bloqueados pela Justiça em 2022, durante operação do Denarc, tinha entre seus acionistas membros do alto escalão do PCC, como Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, considerado um dos maiores fornecedores de drogas e armas da facção. Ele foi assassinado em 2021.

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