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Dono de “clínica” em SP é denunciado por sequestro e cárcere privado

O suspeito mantinha, em uma “clínica terapêutica”, cerca de oito pessoas, de 60 à 86 anos, em condições de higiene e cuidados inadequadas

atualizado

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Imagem colorida de uma clínica com camas, mesas e cadeiras. Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de uma clínica com camas, mesas e cadeiras. Metrópoles - Foto: Reprodução/ EPTV

São Paulo — O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou, na última sexta-feira (3/5), o proprietário de uma clínica terapêutica clandestina localizada em Patrocínio Paulista, no interior de São Paulo, suspeito de sequestro e cárcere privado.

O local havia sido interditado no dia 30 de abril pela promotoria local em parceria com a Polícia Militar, Vigilância Sanitária e Secretarias de Assistência Social e Saúde do município. Na ocasião, o dono do estabelecimento foi preso em flagrante.

Oito pessoas foram resgatadas do local, encaminhadas à Santa Casa de Patrocínio Paulista e depois direcionadas aos cuidados de familiares nos seus municípios de origem.

Um homem teria morrido na clínica. De acordo com o MPSP, a causa da morte ainda é investigada.

Na denúncia, o promotor de justiça, Tulio Vinicius Rosa explica que o proprietário usava o local para manter, contra a vontade declarada ou consentimento válido, pessoas com idades entre 60 e 86 anos. Ainda segundo o MPSP, essas pessoas possuem deficiência psicossocial e eram confinadas em “péssimas condições de higiene e cuidados”.

Os familiares das vítimas pagavam mensalidade entre R$ 600 e R$ 750 para mantê-las na suposta clínica.

O local funcionava em um imóvel alugado em uma área isolada e sem sinal de celular. O lugar tinha apenas um cômodo sem divisórias e um único banheiro não adaptado, o que não segue os requisitos mínimos exigidos para o funcionamento para esse tipo de estabelecimento.

A Vigilância Sanitária apontou que a casa era coberta por telhas de amianto, sem forro, elevando a temperatura a níveis inadequados à saúde.

O local tinha poucas janelas, baixa ventilação, fiações expostas e paredes com rachaduras. Além disso, a clínica não contava com equipamentos de acessibilidade necessários, não continha cuidadores, enfermeiros, médicos ou quaisquer outros profissionais aptos para realizarem tratamento. A medicação era aplicada pelo próprio suspeito, que não seguia receitas médicas.

A clínica fica próxima a um galinheiro e a um chiqueiro, o que provocava fortes odores, principalmente em dias de calor.

No local ainda foram encontrados alimentos armazenados de maneira inadequada.

Segundo o Ministério Público, o proprietário responderá por sequestro e cárcere privado e pode ser condenado a penas que variam de 1 a 8 anos de prisão.

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