Dois anos após a morte do pai, Tomás Covas se prepara para a política
Filho de Bruno Covas, que morreu em 2021 quando era prefeito de SP, estuda nos EUA e planeja seguir os passos da família na vida pública
atualizado
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São Paulo – Cursando o ensino médio nos Estados Unidos, Tomás Covas, de 17 anos, planeja cursar a faculdade no exterior e voltar para o Brasil daqui a quatro anos. O objetivo é ingressar na vida pública, seguindo os passos do pai, Bruno Covas, que foi prefeito de São Paulo; e do bisavô, Mario, ex-governador e um dos fundadores do PSDB.
Tomás publicou uma nota nesta terça-feira (16/5), aniversário de dois anos da morte de Bruno. Ele morreu em 16 de maio de 2021, em decorrência de um câncer no sistema digestivo, aos 41 anos.
No texto, Tomás diz que o pai estaria liderando a reconstrução do PSDB caso ainda estivesse vivo. “E faria isso da maneira que sempre fez: sem ódio e considerando como válidos os anseios dos que pensam diferente”, ressalta.
O jovem vem sendo acompanhado pelo presidente da São Paulo Turismo (SPTuris), Gustavo Pires, um dos principais amigos de Bruno, que se mantém próximo ao filho do amigo perdido. Ao Metrópoles, Gustavo disse que Tomás deve terminar o ensino médio, cursar uma universidade de três anos nos Estados Unidos e ingressar na vida pública.
Integrantes do diretório paulistano do PSDB aguardam o retorno de Tomás para acompanhar seu teste nas urnas. Mas Gustavo afirma que ainda é cedo para que a classe política tucana deposite suas fichas no herdeiro dos Covas, já que, como todo jovem, os planos dele podem mudar.
“O Tomás Covas está hoje preparado para qualquer desafio político. Mas ele, assim como o pai, quer concluir a faculdade e se capacitar para ser o melhor profissional possível. Para o Bruno, o mais importante é o Tomás levar adiante os valores da família e estar bem. Se ele quiser ser professor, bombeiro ou político, ele tem todo nosso apoio. A decisão é dele”, afirma Gustavo.
Partido rachado
O PSDB paulistano vive um racha desde a morte de Bruno e após os resultados desfavoráveis nas últimas eleições. No ano passado, o candidato da legenda ao governo do estado, Rodrigo Garcia, perdeu para Tarcísio de Freitas, do Republicanos, encerrando 28 anos de chefia ininterrupta da administração estadual.
No partido, o grupo que comanda o diretório municipal, liderado por Fernando Alfredo, mantém desavenças com a bancada da legenda na Câmara Municipal, mais próxima do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Antigos secretários que deixaram a prefeitura após a morte de Bruno, como Orlando Faria (Habitação), têm feito críticas públicas ao atual governo.
“O Bruno tinha a força das ideias, impossíveis de morrer ou serem contidas até a sua consecução”, afirmou Gustavo em nota. “Por isso, seu exemplo segue influenciando os que veem a política como o caminho possível para mudar a vida dos que mais precisam para melhor.”
Uma missa em memória de Bruno foi realizada nesta terça na Catedral da Sé, no centro da capital, com a presença do prefeito Nunes, que assumiu o cargo após a morte de Bruno Covas.
Nunes tem uma foto de Bruno acima de sua mesa, no gabinete da prefeitura, e o material do Edifício Matarazzo, sede do governo municipal, mantém os dizeres “Gestão Bruno Covas”.