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Doenças cardíacas: 46% dos paulistanos nunca foram ao cardiologista

Pesquisa apontou que doenças cardíacas são a segunda enfermidade que mais preocupa os paulistanos, perdendo apenas para o câncer

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Pesquisa apontou que doenças cardíacas são a segunda enfermidade que mais preocupa paulistanos, mesmo assim, 46% nunca foi ao cardiologista - Metrópoles
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São Paulo — Doenças cardíacas são a segunda enfermidade que mais preocupa os habitantes da cidade de São Paulo, sendo referida por 15% dos entrevistados na pesquisa O Coração Paulistano, da Nexus. A doença mais citada foi câncer, escolhida por 56% da amostra. Diabetes, com 12%, ficou em terceiro lugar.

Mesmo com os problemas cardíacos em alta no ranking, 46% dos entrevistados revelaram nunca ter ido ao cardiologista. Além disso, a pesquisa mostra que 29% se consultaram nos últimos 12 meses; 12% entre um e dois anos; 5% entre dois e três anos; e 7%, três anos ou mais. Não sabia ou não respondeu 1%.

O levantamento da Nexus, área de pesquisa e inteligência de dados da FSB Holding, entrevistou 2.030 moradores da capital paulista, com idade a partir de 16 anos, entre os dias 9 a 11 de setembro. A margem de erro no total da amostra é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. Foram entrevistados 2.030 moradores da capital no formato face-a-face.

A pesquisa foi divulgada neste domingo (29/9), Dia Mundial do Coração. A data foi instituída pela Federação Mundial do Coração com o objetivo de conscientizar a população sobre hábitos saudáveis para evitar doenças cardíacas.

O CEO da Nexus, Marcelo Tokarski, afirmou que O Coração Paulistano trouxe dados relevantes na prevenção de doenças coronárias na maior cidade do país.

“Esse tipo de enfermidade é a principal causa de morte no Brasil e no mundo, representando aproximadamente 30% dos óbitos anuais dos brasileiros”, disse Tokarski.

Doenças cardíacas

Ainda segundo o levantamento, quem mais se preocupa com doenças cardíacas são homens (18%), com ensino superior (17%) e com faixa etária entre 41 a 59 anos e de 60 anos ou mais (17%).

Dentre os 46% dos paulistanos que nunca foram ao cardiologista, o perfil que liderou foi o de jovens de 16 a 24 anos (68%) e de 25 a 40 anos (56%). Além disso, 56% são aqueles com renda familiar até um salário mínimo, 51% na faixa de um a dois salários mínimos e 48% de dois a cinco.

Hipertensão

A pesquisa também apontou que a doença mais comum entre os habitantes de São Paulo é hipertensão, com 19%, seguida de diabetes, 10%, e por obesidade, 7%. Mesmo com diagnóstico de enfermidade, 18% dos entrevistados não fazem acompanhamento médico.

Remédio para o coração

Segundo o levantamento, 1 a cada 10 paulistanos toma remédio para o coração. Dos que fazem uso de medicamentos, 87% consideram importante  fazer atividades físicas. A redução no consumo de sal foi citada por 85% dos cardíacos e não fumar por 83%.

Poluição X doenças cardíacas

Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) constatou que a exposição prolongada à poluição atmosférica na cidade de São Paulo aumenta os riscos de problemas cardíacos em seus moradores.

Segundo informações publicadas pela Agência Fapesp, os pesquisadores analisaram a autópsia de 238 pessoas para entender os fatores que estavam associados ao desenvolvimento da fibrose cardíaca, uma condição clínica que leva à degeneração dos tecidos cardíacos, afetando o funcionamento do coração.

Cruzando os dados das autópsias com informações fornecidas por familiares, os pesquisadores descobriram uma relação direta entre o desenvolvimento dessa patologia e a exposição às partículas de poluição. Foi verificado que os pacientes com fibrose cardíaca tinham carbono negro, uma partícula associada à queima de combustíveis fósseis, no seu tecido pulmonar.

Além da relação com o desenvolvimento de problemas cardíacos, a exposição prolongada à poluição atmosférica é um fator de risco para doenças respiratórias. No início de abril, outra pesquisa feita por pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas e da Faculdade de Saúde Pública da USP mostrou que a poluição se distribui de forma irregular em São Paulo.

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