Diretório nacional do PSDB encerra briga por cadeira na Alesp
Diretório nacional do PSDB anulou refiliação de Ortiz Júnior. Decisão coloca Damaris Moura na cadeira de Vinícius Camarinha na Alesp
atualizado
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São Paulo — O diretório nacional do PSDB pôs fim nessa quinta-feira (12/12) a uma briga pela cadeira de Vinícius Camarinha (PSDB) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O imbróglio perdurava desde outubro, quando o deputado estadual foi eleito prefeito de Marília, no interior de São Paulo.
O partido decidiu anular a refiliação do primeiro suplente de Camarinha, Ortiz Júnior, ao partido, fazendo com ele perdesse o direito de assumir o cargo de deputado. Com a decisão, a cadeira ficará com Damaris Moura (PSDB), segunda suplente da federação formada pelos partidos PSDB-Cidadania.
Eleito suplente pelo PSDB em 2022, Ortiz trocou o partido pelo Republicanos em abril deste ano para concorrer ao cargo de prefeito de Taubaté, cidade que eles já haviam governado entre 2013 e 2020.
A troca fazia parte de uma aproximação com Tarcísio de Freitas (Republicanos) aprovada, segundo interlocutores, pelo próprio diretório estadual do PSDB. Para selar o apoio, o governador esteve na cidade para participar da campanha de Ortiz, que era favorito e liderou os votos no primeiro turno.
O resultado final das urnas, contudo, surpreendeu. Ortiz perdeu para Sergio Victor (Novo) – eleito sem o apoio de padrinhos políticos – e quis voltar ao PSDB para garantir a vaga de deputado na Alesp. Damaris Moura (PSDB) não aceitou.
A segunda suplente já planejava assumir o cargo de deputada estadual no plano original, quando Camarinha lançou a candidatura para Marília, e Ortiz, para Taubaté. Com a derrota de Ortiz e a tentativa de retorno ao PSDB, ela recorreu ao diretório nacional para barrar a refiliação.
Funcionou. Enquanto a instância municipal rejeitou a impugnação da filiação e a estadual não se posicionou, a nacional ficou ao lado de Damaris. Em decisão unânime, a Executiva Nacional entendeu que a volta do ex-tucano ao partido deveria ter sido comunicada de forma ampla ao órgão nacional e que sua refiliação desrespeita as normas do Estatuto Partidário.
Para a equipe de Ortiz, a decisão do diretório nacional é uma forma de “pular etapas”, “que contraria o próprio Estatuto do PSDB”. A situação ainda está sendo avaliada pela equipe jurídica do político, que avalia se irá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).