metropoles.com

Diretor de multinacional é investigado por agredir e desamparar esposa

Ramiro Luege, de 45 anos, dirige o setor de Recursos Humanos na América Latina de uma empresa de tecnologia agrícola sediada nos EUA

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Rede Sociais
Em foto colorida homem branco de barba, cabelo curto usando terno e camisa sem gravata - Metrópoles
1 de 1 Em foto colorida homem branco de barba, cabelo curto usando terno e camisa sem gravata - Metrópoles - Foto: Reprodução/Rede Sociais

São Paulo Ramiro Luege (foto em destaque), diretor de Recursos Humanos na América Latina de uma empresa multinacional de tecnologia agrícola, com sede nos Estados Unidos, é investigado pela Polícia Civil por agredir a esposa e expulsá-la de casa, no Morumbi, bairro nobre da capital paulista. O caso foi arquivado em julho de 2024 (leia no final).

A mulher dele, uma estudante de medicina de 35 anos, conseguiu retornar ao imóvel somente após decisão judicial.

Ela contou à polícia ter ficado com hematomas pelo corpo após o mais recente caso de agressão, ocorrido no último dia 19. Em 27 de janeiro deste ano, a vítima já havia registrado outro boletim de ocorrência contra Ramiro por lesão corporal e violência doméstica.

Os advogados de defesa do diretor, que é natural da Argentina, foram procurados pelo Metrópoles, mas não deram retorno. O espaço segue aberto.

Segundo registros policiais, Ramiro agrediu a esposa, prensando o braço dela em uma porta, por volta das 21h30 do último dia 19, no apartamento de alto padrão em que residiam. A reportagem apurou que o imóvel é alugado. Somando com o condomínio, os gastos mensais chegam a R$ 10 mil.

Durante a agressão, a vítima ainda bateu a cabeça em uma poltrona de amamentação de seu filho, de 4 anos, fruto de outro relacionamento. Ramiro, ainda segundo documentos policiais, arrancou o celular da mão da esposa, com a qual está casado há 3 anos.

“Ao observar que ele estava descontrolado, ela foi para a portaria pedir ajuda, e o porteiro emprestou o celular para que ela acionasse a polícia”, diz trecho do boletim de ocorrência.

O diretor de 45 anos desceu até a portaria, onde a vítima permaneceu escondida, sob a bancada do porteiro, até a chegada da Polícia Militar.

O caso foi registrado na 6ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santo Amaro como lesão corporal e violências psicológica e doméstica.

4 imagens
Diretor de Recursos Humanos, de 45 anos, é natural da Argentina
Uma medida protetica foi expedida contra Ramiro Luege
Ramiro Luege, de 45 anos, é investigado por agredir esposa
1 de 4

Ramiro Luege é responsável por RH de multinacional

Reprodução/Redes Sociais
2 de 4

Diretor de Recursos Humanos, de 45 anos, é natural da Argentina

Reprodução/Rede Sociais
3 de 4

Uma medida protetica foi expedida contra Ramiro Luege

Reprodução/Redes Sociais
4 de 4

Ramiro Luege, de 45 anos, é investigado por agredir esposa

Reprodução/Rede Sociais

Expulsão

De acordo com a polícia, Ramiro expulsou a vítima do apartamento mesmo sabendo que ela depende financeiramente dele. No processo do caso, que corre em segredo de Justiça, é mencionado o fato de a esposa ter largado o emprego para ajudar Ramiro em um empreendimento, deixando com isso de ter renda própria.

No dia seguinte às agressões atribuídas ao diretor, a Justiça expediu uma medida protetiva, determinando que ele mantenha distância mínima de 300 metros da vítima, não faça nenhum tipo de contato com ela e não frequente os mesmos locais. Além disso, a Justiça definiu que o diretor deve sair do apartamento.

Quarenta e oito horas após o crime, um oficial de Justiça foi ao imóvel e fez com que Ramiro saísse do apartamento no Morumbi.

A estudante permanece no local, sem condições de arcar com as altas despesas e sem nenhum tipo de garantia de ajuda do diretor. O investigado chegou a solicitar, por vias judiciais, seu retorno ao apartamento, alegando que, do contrário, “será compelido a desocupar o imóvel”.

O pedido dele foi negado pela Tribunal de Justiça de São Paulo.

São Paulo registra um caso de violência doméstica a cada 19 minutos

Reincidência

Em janeiro deste ano, a mulher do diretor registrou boletim de ocorrência de lesão corporal e violência doméstica contra Ramiro na 6ª DDM de Santo Amaro.

Em seu relato, a estudante afirmou que o relacionamento com o diretor já era “conturbado”, acrescentando que havia sido “agredida fisicamente outras vezes”.

A vítima ainda afirmou à Polícia Civil possuir negócios com Ramiro e que ele “sempre” discutia por causa de “questões financeiras”.

“A vítima deixou o emprego que tinha em razão da nova atividade que passou a exercer junto com o companheiro e é sempre humilhada por ele. Há sempre insinuações por conta de dependência financeira. Relatou que a situação é recorrente e a faz sentir-se abalada.”

Recursos Humanos

Em uma rede social, Ramiro Luege afirma estar há quase um ano atuando na empresa multinacional.

“É possível crescer de forma acelerada sem perder o foco nas pessoas. Ainda numa startup com a dinâmica do agronegócio numa região tão competitiva como a América Latina”, escreveu o investigado.

A empresa em que Ramiro trabalha foi procurada pelo Metrópoles para comentar as denúncias contra o funcionário, mas não havia respondido até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

Caso arquivado

O caso em que a ex-mulher acusa Ramiro de agressão e de ter sido expulsa de casa foi arquivado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em julho de 2024.

De acordo com manifestação do promotor Paulo Roberto Ferreira Fortes, o caso prescinde de “provas substanciosas”, embora a palavra da vítima em casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, mereça especial relevância.

“Contudo, a própria noticiante declarou expressamente que ‘ela tentou pegar o celular e começou uma luta entre os dois, (…) que seu braço ficou prensado na porta e acabou caindo no colchonete e bateu a cabeça na poltrona de amamentação de seu filho’; não houve testemunhas e; as lesões documentadas são compatíveis com as versões de ambos os envolvidos, sendo impossível saber quem praticou injusta agressão” o promotor conclui ser provável que as lesões “tenham decorrido da disputa pelo celular num contexto de acalorada discussão”, alega Ferreira Fortes.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?