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Dinheiro parado no caixa da Prefeitura já rendeu R$ 1,5 bi em juros

Gestão Ricardo Nunes acumulou R$ 36,6 bilhões parados sem destinação em contas bancárias e cidade agora obtém receita com juros

atualizado

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Ricardo Nunes
1 de 1 Ricardo Nunes - Foto: André Bueno/Rede Câmara/Divulgação

São Paulo – A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo decidiu continuar com a criticada política de guardar em caixa o dinheiro arrecadado com impostos e, até abril, a fortuna acumulada por Nunes já rendeu juros de R$ 1,5 bilhão, segundo balancete da Secretaria Municipal da Fazenda.

Até abril (dado mais recente), a Prefeitura fez um caixa de R$ 36,6 bilhões, valor recorde na história da cidade. O dinheiro está parado nas contas bancárias apesar da realidade de sujeira nas ruas, falta de sinalização e redução na previsão de obras entregues até o fim do mandato do prefeito.

Nunes assumiu o mandato de prefeito em maio de 2021, após a morte de Bruno Covas. Naquele mês, os balancetes da Prefeitura demonstravam um caixa de R$ 21,7 bilhões parados nas contas bancárias. De lá para cá, esse valor cresceu 68%, até o saldo atual.

Para se ter ideia da dimensão dessa fortuna, os R$ 36,6 bilhões parados são mais do que o dobro de toda a previsão de investimentos da cidade neste ano. A soma de obras que a Prefeitura deve fazer para recapear ruas, construir corredores de ônibus e fazer obras de drenagem para combater as enchentes deve somar R$ 14,6 bilhões em 2023.

Parte dos recursos parados são vinculados (ou seja, eles têm destinação pré-definida). São recursos que têm de ser gastos em ações de Saúde, de Educação ou em obras. Cerca de metade do saldo nas contas, porém, é de destinação livre, à escolha do prefeito.

Por nota, a Prefeitura afirma que “suas políticas de responsabilidade fiscal e eficiência administrativa garantiram ao município uma capacidade de investimento recorde em 2023”.

“Em 2022, os valores empenhados em investimentos pela Administração Municipal já chegaram a índices inéditos: foram mais de R$ 9 bilhões aplicados na melhoria da qualidade de vida dos 12 milhões de habitantes da cidade e no enfrentamento aos desafios estruturais históricos do maior município do país”, diz a nota.

Caixa cheio

A oposição a Nunes na Câmara Municipal critica essa forma de governar. “Isso é uma escolha política pela desatenção às necessidades mais básicas da população mais vulnerável da cidade de São Paulo, que tem seu direito à saúde sistematicamente violado. São 500 mil pessoas na fila de exames”, exemplifica o vereador Celso Giannazi (PSol).

“O dinheiro aplicado nas instituições financeiras não é colocado à disposição das políticas públicas, das pessoas. E isso é muito grave”, afirma o vereador, que fez uma representação sobre o tema contra o prefeito Nunes ao Tribunal de Contas do Município (TCM).

“A Prefeitura de São Paulo não é banco, ela precisa colocar o orçamento à disposição da execução de políticas públicas, na área da saúde e em outras tantas”, completa o parlamentar.

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