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Dinheiro na cueca: polícia investiga se esquema de fiscal tem mais servidores

Polícia quer saber se fiscal Jorge David, flagrado com dinheiro na cueca após denúncia de extorsão, contava com “anuência de seus pares”

atualizado

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1 de 1 jorgedavid-capa - Foto: Reprodução/PCSP

São Paulo – A Polícia Civil quer saber se o auditor fiscal flagrado com dinheiro na cueca tinha ajuda de outros servidores da Secretaria Estadual de Fazenda para extorquir empresários.

Jorge David Júnior, de 52 anos, foi preso nessa terça-feira (30/5) em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em parceria com a Polícia Civil. Ele é acusado de pedir R$ 200 mil em propina para livrar um empresário de investigação que sequer existia.

Ao determinar a prisão em flagrante, o delegado Renzo Henrique Zorzi, da Divisão de Capturas, afirmou que as investigações apontam que o auditor fiscal seria integrante de uma organização criminosa.

“O agente pratica tal conduta de forma reiterada. Para tanto, necessita, no mínimo, da anuência de seus pares. E caso permaneça em liberdade, poderá suprimir provas ou atrapalhar o delinear das investigações, que apontam para uma organização criminosa”, diz o delegado.

Além da acusação de extorsão, o servidor já era investigado em uma denúncia de estupro e outra por ser pego com quase R$ 300 mil sem origem declarada.

Jorge David Júnior passa por audiência de custódia nesta quarta (31). O delegado se manifestou pela conversão da prisão em flagrante por preventiva.

De acordo com o Portal da Transparência do estado, o servidor teve remuneração bruta de R$ 29.499,89, e recebeu líquido de R$ 16.937,32 no mês de abril.

Empresário denunciou extorsão

Segundo a vítima da tentativa de extorsão, um empresário do ramo da informática, o auditor fiscal teria ido até a empresa dele na semana passada e informado que o estabelecimento estava irregular e era alvo de uma investigação no Ministério Público de São Paulo.

A “solução” dada pelo auditor para que a empresa não fosse alvo de investigação foi cobrar R$ 200 mil do empresário, com a possibilidade de pagamentos em parcelas de R$ 5 mil.

O empresário, então, procurou o MPSP e constatou que não havia investigação sobre a empresa.

A prisão ocorreu em um escritório em Osasco, na Grande São Paulo. Foram encontrados R$ 5 mil em espécie com o fiscal: R$ 3 mil em uma mochila e outros R$ 2 mil na cueca.

Procurada pelo Metrópoles, a Secretaria da Fazenda afirmou que está colaborando com as investigações.

“A Secretaria da Fazenda e Planejamento está à disposição das autoridades e colabora com a investigação do Ministério Público, por meio da sua Corregedoria da Fiscalização Tributária (Corfisp). A administração fazendária reitera que não compactua com condutas ilícitas por parte de seus servidores e mantém rigor na apuração e punição exemplar”, disse em nota.

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