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“Dia do churrasco”: quem é o desembargador acusado de vender sentenças

Magistrado desde 1987, desembargador Ivo de Almeida é acusado na Operação Churrascada, da PF, de negociar sentenças durante plantão do TJSP

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1 de 1 Desembargador Ivo de Almeida, alvo de operação da PF - Metrópoles - Foto: Divulgação/TJSP

São Paulo – O desembargador Ivo de Almeida, de 66 anos, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), foi o principal alvo da Operação Churrascada, deflagrada no último dia 20 pela Polícia Federal (PF), contra um suposto esquema de venda de decisões judiciais.

Empossado desembargador há mais de uma década, Ivo de Almeida era o presidente da 1ª Câmara de Direito Criminal do TJSP. Ele foi afastado do cargo, conforme apurou o Metrópoles.

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Fontes afirmam à reportagem, ainda, que a PF teria pedido a prisão do suspeito, mas a medida foi negada pelo ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relator da ação.

Dois advogados de Ribeirão Preto, no interior paulista, também foram alvo da ação. A investigação é mantida em extremo sigilo pelo STJ; nem o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) teve acesso aos autos antes de a operação ser deflagrada.

Segundo a PF, a Operação Churrascada recebeu esse nome em referência às datas do plantão judiciário do magistrado, chamado de “dia do churrasco” pelos envolvidos, quando supostamente aconteciam as negociações de sentenças.

“Elevar a grandeza do Tribunal”

Nascido em 1958 na capital paulista, Ivo de Almeida é formado em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). No TJSP, ele começou como menor colaborador.

O acusado ingressou na magistratura em 1987, como juiz substituto na 3ª Circunscrição Judiciária em Bauru. Antes de voltar à capital, em 1989, também atuou nas comarcas de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e Cananéia, no litoral paulista.

Em 1992, Ivo de Almeida era o juiz corregedor do Carandiru, cadeia da zona norte da capital paulista, palco de um massacre que terminou com 111 presos mortos naquele ano. Ele chegou a depor no júri do caso e classificou a ação policial como “desorganizada”.

Ivo de Almeida foi empossado desembargador em junho de 2013, durante a gestão Ivan Sartori, então presidente do TJSP.

“Com esforço e dedicação, vamos manter e elevar o nome e a grandeza do Tribunal de Justiça de São Paulo. Essa grandeza está, a bem da verdade, no caráter e nos ideais de Justiça e de democracia de seus componentes, sejam magistrados, sejam servidores”, declarou o desembargador, na ocasião, durante a solenidade de posse. “Não devemos jamais perder nossa independência.”

Chocados

Entre as recentes decisões, Ivo de Almeida suspendeu o inquérito contra o humorista Bruno Lambert, acusado de capacitismo, em abril de 2023, e cassou a posse e o porte de arma do deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), conhecido como Delegado Da Cunha, no caso em que responde por agredir a ex-mulher.

No Palácio da Justiça, sede do TJSP, a notícia pegou de surpresa os colegas de Ivo de Almeida. A acusação da suposta venda de decisões de um membro antigo do Tribunal deixou os demais desembargadores “chocados”.

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