Desmatamento: Mata Atlântica perde um Ibirapuera a cada 3 dias em 2022
Desmatamento atingiu 20.075 hectares da Mata Atlântica em 2022; número representa queda de 7% em relação a ano anterior
atualizado
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São Paulo – A Mata Atlântica registrou desmatamento de mais de 20 mil hectares em 2022, de acordo com dados divulgados nessa quarta-feira (24/5) em relatório da ONG SOS Mata Atlântica. A área equivale a um Parque do Ibirapuera desmatado a cada três dias.
Foram 20.075 hectares. O número representa uma queda de 7% em relação ao ano anterior, quando foram desmatados 21.642 hectares. A área desmatada é a segunda maior dos últimos 6 anos e está 76% acima do valor mais baixo já registrado na série histórica – de 11.399 hectares, entre 2017 e 2018.
Segundo a SOS Mata Atlântica, a área desmatada no ano passado lançou na atmosfera 9,6 milhões de toneladas de CO2.
“Temos um quadro de desmatamento estável, porém inaceitável para um bioma fortemente ameaçado e fundamental para garantir serviços ecossistêmicos, entre eles a conservação da água, e evitar grandes tragédias, como a que tivemos recentemente no litoral norte de São Paulo”, aponta Luís Fernando Guedes Pinto, diretor executivo da SOS Mata Atlântica e coordenador do Atlas.
Oito estados registraram aumento do desmatamento: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Sergipe. Nove tiveram redução: Ceará, Goiânia, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.
No que se refere aos municípios, dez concentram 30% do desmatamento total no período. Desses, cinco estão situados em Minas Gerais, um no Mato Grosso do Sul e quatro na Bahia.
Três cidades baianas encabeçam a lista: Wanderlei (com 1.254 hectares desmatados), Cotegipe (907 ha) e Baianópolis (848 ha). Em seguida vêm São João do Paraíso (MG, 544 ha), Araçuaí (MG, 470 ha), Porto Murtinho (MS, 424 ha), Francisco Sá (MG, 402 ha), Capitão Enéas (MG, 302 ha) e Gameleiras (MG, 296 ha).