Desespero, corpos no ar e 13 almas: os 50 anos do incêndio no Joelma
Em 1974, 187 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas no incêndio que marcou SP; túmulo das “13 almas” virou ponto de peregrinação
atualizado
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São Paulo — O incêndio no Edifício Joelma, no centro de São Paulo, completa 50 anos nesta quinta-feira (1°/2). A tragédia que abalou o país deixou 187 mortos e mais de 300 feridos. Dos mortos, 13 nunca foram identificados.
Cerca de 800 pessoas estavam no prédio, localizado no Vale do Anhangabaú, na manhã daquele 1° de fevereiro de 1974, uma sexta-feira. O fogo começou, às 8h45, após o curto-circuito no ar-condicionado do escritório de um banco no 12º andar e se alastrou por móveis de madeira, carpetes e divisórias.
Foram mais de três horas de incêndio, que destruiu 14 pavimentos. Segundo os relatos, os botijões de gás nas copas das empresas explodiram e lançaram blocos de paredes.
Dezenas de pessoas correram desesperadamente para o topo do prédio, mas os helicópteros que tentavam fazer o resgate não conseguiam pousar, porque não havia heliponto ou qualquer espaço na cobertura.
Mais de 60 vítimas que fugiram para o terraço morreram carbonizadas. Outras pessoas caíram após ficarem penduradas ou se atiraram do prédio — cena que ficou marcada na memória de quem acompanhou a tragédia.
“As 13 Almas”
Outra marca dessa tragédia foram os 13 corpos encontrados dentro do elevador do prédio. Os restos mortais estavam tão danificados e misturados que não puderam ser identificados.
Eles foram enterrados no Cemitério São Pedro, na zona leste de São Paulo. Os corpos ficaram conhecidos como “As 13 Almas” e ganharam uma placa em homenagem.
Os túmulos das “13 Almas” viraram local de peregrinação e espaço de manifestações de fé por parte dos visitantes do cemitério.