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Desembargador é investigado ao lado de acusados por tráfico e lavagem

Acusados por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro desviado da saúde foram alvo de operação que mirou desembargador por venda de sentença

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Imagem colorida mostra fachada do TJSP, prédio de estilo clássico, em dia de céu claro
1 de 1 Imagem colorida mostra fachada do TJSP, prédio de estilo clássico, em dia de céu claro - Foto: Getty Images

São Paulo — Um guarda municipal investigado por lavagem de dinheiro em um esquema de desvios na saúde, um traficante internacional de drogas, acusados de estelionato e furto e um advogado estão entre os alvos da Operação Churrascada, que levou ao afastamento do desembargador Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), suspeito de venda de decisão em plantão judicial.

A Polícia Federal (PF) cumpriu 17 mandados de busca e apreensão nessa quinta-feira (20/6) na capital e no interior paulista. Além do desembargador, outros seis são investigados em inquérito que tramita sob sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O nome da operação, segundo investigadores, se dá ao fato de os alvos terem apelidado o plantão judicial de “Dia do Churrasco”.

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Desembargador Ivo de Almeida, alvo de operação da PF
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Desembargador Ivo de Almeida, alvo de operação da PF

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Desembargador Ivo de Almeida, alvo de operação da PF

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As investigações tiveram origem na Operação Contágio, deflagrada pela PF em 2021, para investigar supostos desvios milionários em contratos entre uma Organização Social de Saúde (OSS) e hospitais públicos no interior de São Paulo.

Pelo menos um dos alvos da Contágio, o guarda municipal e advogado Wellington Pires da Silva, foi alvo da operação sobre desvios na Saúde. Segundo a PF, ele era sócio de empresas que recebiam quantias milionárias de outras que eram subcontratadas pela OSS que geria os hospitais.

Tratava-se de um esquema de lavagem de dinheiro. As empresas eram de fachada e somente Wellington aparece relacionado a saques de R$ 18,8 milhões em espécie, segundo a investigação.

Outro alvo da Churrascada é Romilton Queiroz Hosi, que acumula um longo histórico de denúncias e prisões por crimes como lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas. Ele já ficou foragido com uso de documentos falsos e coordenava uma rota aérea de transporte de mais de meia tonelada de cocaína em aeroportos clandestinos. Acumula, também, condenações criminais.

Além de Wellington, o advogado Luiz Pires Moraes Neto também foi alvo da operação. Ele atua em diversos casos na esfera criminal em São Paulo e defendeu outros dois alvos da “Churrascada” em processo criminal. São eles: Sergio Armando Audi e Adormevil Vieira Santana. Ambos foram acusados de estelionato.

Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), a dupla comprou uma filmadora e um drone pelos valores de R$ 14 mil e de R$ 5 mil, respectivamente, em sites de venda, e teriam enganado os vendedores enviando fotos com falsas transferências bancárias para comprovar o pagamento.

No dia 6 de maio de 2022, uma sexta-feira de manhã — fora do plantão judicial —, o desembargador Ivo de Almeida aceitou o habeas corpus de Sergio Audi e substituiu a prisão em regime fechado por domiciliar. Essa decisão foi confirmada em julgamento colegiado pelos desembargadores da 1ª Câmara de Direito Criminal do TJSP, presidida por Almeida. Especificamente no habeas corpus, Sergio Audi era defendido por outro advogado que não aparece na investigação.

Não se sabe se essa decisão é objeto de investigação porque a Operação Churrascada está sob segredo de Justiça.

Adomervil e Sergio Audi também responderam por outro crime de estelionato em razão do suposto uso de cheques falsos para a compra de tapetes persas por R$ 10 mil. Há, ainda, outro investigado, Wilson Menezes, que não possui histórico criminal.

A reportagem não conseguiu contato com os suspeitos nessa quinta-feira. O espaço segue aberto para manifestações.

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