Desaparecimento de PM completa 1 mês; delegado cita “execução covarde”
Soldado Luca Angerami foi visto pela última vez perto de “biqueira” no Guarujá; em entrevista, delegado falou em execução de PM desaparecido
atualizado
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São Paulo — O desaparecimento do soldado da Polícia Militar (PM) Luca Angerami, de 21 anos, completou um mês nessa terça-feira (14/5). Sem informações concretas sobre o paradeiro do PM, o caso é tratado como homicídio pela equipe de investigação da Delegacia Sede do Guarujá, mas as buscas continuam em diferentes comunidades.
No período, as equipes encontraram 12 cadáveres. Até onde se sabe, eles não têm relação com a morte de Luca Angerami. As investigações levaram à prisão de oito suspeitos.
A Polícia Civil acredita que Luca Angerami tenha sido sequestrado na saída de uma adega na Vila Santo Antônio, na madrugada de 14 de abril, e levado para o Morro da Vila Baiana.
Uma câmera de segurança flagrou Luca Angerami caminhando ao lado de um suspeito próximo a um ponto de venda de drogas.
O homem que aparece com o PM nas imagens é Carlos Vinicius Santos da Silva, de 26 anos, conhecido como “Malvadão”. Ele foi preso no dia 18 de abril.
No celular dele, os policiais encontraram conversas em que o suspeito descreve como teria participado do crime e diz que seu objetivo era ser apadrinhado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Havia também mensagens indicando que o PM Angerami está morto.
A partir das conversas encontradas no celular de Malvadão, outros quatro suspeitos foram presos.
“Covardemente assassinado”
No fim de abril, o delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, afirmou que o soldado da PM Luca Romano Angerami, de 21 anos, foi “executado covardemente por criminosos integrantes do PCC”.
“Ele foi executado covardemente por criminosos, integrantes do PCC, que atuam na região no tráfico de drogas, e mataram o policial. E decidiram matar esse policial pelo simples fato de ele ser policial. Então, um ato covarde desses criminosos”, disse o delegado em entrevista à TV Tribuna.
Depoimento falso
No dia do desaparecimento, um homem de 36 anos foi preso após confessar que teria participado do sequestro e da execução do PM Angerami. Segundo ele, o corpo foi desovado na ponte do Mar Pequeno, em São Vicente. A Polícia Civil viu uma série de inconsistências na versão.
Semanas depois, o homem foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por tentar prejudicar as investigações.
“Morrendo por dentro”
Desde o desaparecimento de Luca Angerami, o pai dele, Renzo Angerami, tem publicado vídeos nas redes sociais pedindo ajuda para encontrar o filho. Ele pede que as pessoas rezem por sua família e colaborem com a polícia.
“Eu peço auxílio a todos da sociedade que possam dar um pouquinho, qualquer coisa, de si para nos ajudar”, diz.
Renzo, que também é policial, afirma que vários de seus parentes têm enfrentado problemas de saúde por causa do episódio. “Estamos enfraquecendo por dentro”, disse ele, ao relatar os momentos de angústia vividos pela família.