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Gestão Derrite mantém nas ruas PMs que executaram homem pelas costas

PMs deram ao menos 10 tiram em homem negro, que estava de costas e segurava um celular, e alegaram ter sido “surpreendidos”

atualizado

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Frame de vídeo. Imagem mostra PM apontando arma para homem de costas antes de disparar - Metrópoles
1 de 1 Frame de vídeo. Imagem mostra PM apontando arma para homem de costas antes de disparar - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo – A Secretaria da Segurança Pública (SSP), comandada por Guilherme Derrite, manteve nas ruas os policiais militares (PMs) que executaram com pelo menos 10 tiros um homem negro, que estava de costas e segurava um celular, no Jardim Paulistano, na zona norte da capital paulista.

A ocorrência aconteceu na Viela Rua dos Coqueiros, área pobre de São Paulo, e foi filmada pela câmera corporal de um dos PMs, na manhã de quarta-feira (8/5). A imagem (veja abaixo), obtida pelo Metrópoles, mostra que o PM estava de campana e começa a atirar no homem, sem qualquer aviso prévio, logo após ele aparecer na esquina.

No momento dos primeiros disparos, a vítima estava olhando para o lado oposto aos policiais, sem arma à mostra. Apesar da gravação, a SSP diz que os PMs “foram surpreendidos por suspeito armado com um revólver calibre .38”. “Houve a intervenção e o homem foi atingido”, descreve a versão oficial da pasta.

O caso está sob investigação. Na noite desta quinta-feira (9/5), a SSP confirmou que os agentes envolvidos na ocorrência não foram afastados das atividades operacionais após a instauração de inquéritos.

Execução

O vídeo mostra que os PMs realizam ao menos 10 disparos – dois deles quando o homem já estava caído no chão. O celular que ele segurava sai rolando pela terra.

Já o revólver, citado na versão oficial, estava dentro de uma bolsa que o homem carregava no pescoço. A arma cai no momento em que ele fica estirado no chão.

“Ele morreu. Vamos, vamos!”, diz um policial, na gravação. Outro agente fala em seguida: “Parou, parou”.

A ocorrência foi registrada como “resistência”, “morte decorrente de intervenção policial” e “posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito”. O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, e pela própria PM.

“Resistência”

O Metrópoles não conseguiu confirmar a identidade do homem executado até o momento. Em nota, a SSP diz apenas que ele teria sido identificado como “integrante de uma facção criminosa” e estaria “foragido desde janeiro de 2024”.

A versão oficial também afirma que os PMs “apuravam uma denúncia de tráfico de drogas” e que o homem foi retirado do local após ser baleado. “Ele foi socorrido ao Hospital Geral de Taipas, mas não resistiu”, diz.

“As armas envolvidas na ocorrência foram apreendidas e encaminhadas à perícia, bem como a bolsa do suspeito, que continha dinheiro em espécie e anotações do tráfico de drogas”, alega a pasta.

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