Deputado denuncia MTST por “preconceito religioso” em post sobre Jesus
Publicação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto com Jesus Cristo foi criticada; deputado pede investigação do MPSP e retirada do conteúdo
atualizado
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São Paulo — O deputado estadual Danilo Balas (PL) protocolou nesse sábado (30/3) uma denúncia no Ministério Público de São Paulo (MPSP), solicitando a investigação de possível crime de indução e incitação ao preconceito religioso relacionado a uma publicação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) nas redes sociais.
O grupo postou, na Sexta-Feira Santa (29/3), uma montagem de Jesus Cristo crucificado acompanhada da frase “bandido bom é bandido morto”, proferida por três soldados romanos. A afirmação é uma referência a grupos conservadores que defendem penas mais duras a criminosos.
Balas pede a abertura de inquérito para a identificação da pessoa física responsável pela publicação. Também requer que seja avaliada a retirada da publicação das redes sociais, segundo ele, “visando proteger os direitos dos cristãos afetados”.
O parlamentar ressaltou, na justificativa da denúncia, que a publicação “buscava chocar o público cristão e escarnecer sua fé, bem como tachar os cristãos de defensores da tortura e da execução sumária”.
Postagem criticada
A postagem foi alvo de críticas, como do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O atual prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), classificou a publicação como “um sacrilégio”. “Essa turma do Boulos só ataca a tudo e a todos. Estou indignado”, disse.
O pré-candidato à prefeitura paulistana, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), por sua vez, afirmou que Nunes distorceu o sentido da postagem e classificou a trajetória política do adversário como “longe de ser a do cristão exemplar que tenta vender”.
O MTST também respondeu às criticas nas redes sociais: “A falta de interpretação da imagem e da mensagem desse post é de se impressionar”, disse o grupo na noite de sexta-feira.
O Ministério Público de São Paulo informou ao Metrópoles que a representação foi recebida no Grupo Especial de Combate as Crimes Raciais e de Intolerância (Gecradi) e está sendo analisada.