Deputado aciona MP para investigar Derrite e PM por morte de estudante
Deputado do PSol diz que estudante de medicina morto por PM foi vítima de “licença para matar” do governo de SP
atualizado
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São Paulo – O deputado federal Ivan Valente (PSol-SP) acionou o Ministério Público de São Paulo (MPSP) para que investigue a responsabilidade do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), e de dois policiais militares na morte do estudante de medicina Marco Aurélio Acosta, de 22 anos.
Acosta morreu na madrugada de quarta-feira (22/11) após levar um tiro à queima-roupa do soldado da PM Guilherme Augusto durante uma abordagem dentro de um hotel na Vila Mariana, na zona sul da capital paulista. A ação foi registrada pelas câmeras de segurança do estabelecimento. O soldado Bruno Carvalho do Prado também participou da ação que terminou com a morte do estudante.
Na representação que pede as investigações de Derrite, Augusto e Prado, Ivan Valente disse que a abordagem mostrou “despreparo dos policiais militares” e que a ação foi pautada em “abuso de autoridade” contra o estudante.
Os policiais alegaram que Acosta estava “bastante alterado e agressivo” e teria resistido à abordagem policial. As imagens do hotel mostraram Augusto atirando após o soldado Prado dar um chute no estudante, ter a perna segurada por ele e cair para trás, desequilibrado. No vídeo (veja abaixo), não é possível ver Acosta tentando pegar a arma do agente – ao contrário do que foi narrado pelos policiais.
“Outrossim, resta incontroverso que o assassinato do jovem estudante Marco Aurélio Acosta é fruto de uma política de ‘licença para matar’, validada e praticada pelo Governo do Estado de São Paulo na segurança pública”, disse Valente na representação.
O deputado do PSol também pediu para que o MP confira as imagens registradas pelas câmeras contidas nas fardas dos PMs – inicialmente os policiais alegaram que as câmeras corporais estavam desligadas, mas a informação foi desmentida ao Metrópoles por investigadores envolvidos no caso.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os PMs foram indiciados em inquérito e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das investigações – as polícias Militar e Civil apuram o caso.
Quem era o estudante
Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, estudava medicina na Faculdade Anhembi Morumbi e chegou a gravar músicas com o nome artístico “MC Boy da VM”. No time de futebol da universidade, o estudante era conhecido como “Bilau”.