Quem é o dentista das celebridades envolvido em acidente com Mercedes
Dentista nega racha e diz que dirigia em alta velocidade por medo de sequestro; Roberto Viotto já atendeu Ludmilla e prefeito Ricardo Nunes
atualizado
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São Paulo — O dentista Roberto Viotto (foto de destaque) dirigia um dos carros Mercedes-Benz envolvidos em um suposto racha em Alphaville Industrial, Barueri, região metropolitana de São Paulo, na noite de segunda-feira (20/05). Ao Metrópoles, ele negou que estivesse apostando corrida com outro automóvel de luxo. Ele é conhecido como “dentista dos famosos” por realizar procedimentos estéticos odontológicos em figuras conhecidas da política, dos esportes, da música e em influenciadores digitais.
No acidente no qual Viotto esteve envolvido, o automóvel que corria ao lado dele, também um Mercedes-Benz, dirigido por Carlos André Pedroni de Oliveira, atropelou e deixou feridos um mototaxista e sua passageira. Ela perdeu parte da perna com o impacto da batida.
O dentista disse que havia comprado o Mercedes-Benz, avaliado em quase R$ 2 milhões, no sábado (18/5) e, no dia do acidente, teria sido a primeira vez em que saiu com o veículo de luxo, dois dias após adquiri-lo.
“Dentista dos famosos”
Com mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais, o dentista Roberto Viotto tem uma lista de clientes famosos, como os cantores Ludmilla e Zé Felipe, a influenciadora Bruna Biancardi, atletas, vários ex-BBBs e até políticos como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
Viotto é especialista em endodontia e lentes de contato dentais. Além de uma clínica na Vila Nova Conceição, na zona sul, ele comanda o Instituto Viotto, no Tatuapé, zona leste, em que ministra aulas de reabilitação estética funcional.
Em fevereiro, criminosos da chamada Gangue do Rolex invadiram a clínica de Viotto e levaram seu relógio de luxo, avaliado em cerca de R$ 300 mil.
O Mercedes-Benz de Viotto, do modelo AMG GT R, ano 2019, está avaliado em R$ 1,9 milhão, de acordo com a tabela Fipe.
“Fiz minha parte”
A Polícia Civil registrou o caso de segunda-feira como racha, mas o dentista nega. “O foco acho que tem que ser no outro cara [Carlos André], que atropelou [a moto]. Ele fugiu do local com o motor arrastando no chão, eu não vi, porque estava muito para frente. Ele ainda não deu depoimento, fugiu do local. O foco tem que ser esse cara, porque eu fiz a minha parte”, disse Viotto ao Metrópoles.
O dentista afirmou ter entrado na Alameda Rio Negro, onde ocorreu o duplo atropelamento, pela pista do meio. Ele lembra que, há cerca de dois meses, foi assaltado e, desde então, recebe ameaças. Na ocasião, os criminosos levaram um relógio do cirurgião, avaliado em meio milhão de reais.
“Vi um carro chegando em alta velocidade, atrás de mim. A pessoa jogou para a direita e grudou em mim. Minha única reação foi acelerar e ir embora. Não tinha ninguém na minha frente. Fui embora e não vi realmente o que aconteceu, ficou tudo para trás. Aquele trecho da [Alameda] Rio Negro estava sem luz, ficou tudo para trás”.
Viotto acrescentou que, “uma coisa não tem relação com a outra”, mas que está “um pouco traumatizado” por causa do assalto sofrido há cerca de dois meses. O carro adquirido no fim de semana, disse ainda, “estava sem blindagem”.
Ele prestou depoimento na noite dessa terça-feira (21/5), no qual admitiu que dirigia a cerca de 70 km/h — acima da velocidade máxima permitida para a via, que é de 40 km/h.
Carlos André Pedroni de Oliveira, que dirigia o outro carro de luxo, fugiu após atropelar o motociclista. O Mercedes dele foi deixado no estacionamento de uma igreja evangélica.
Ele prestou depoimento nessa quarta-feira (22/5). Na delegacia, também usou o argumento de medo de sequestro para justificar a alta velocidade. A jornalistas, Carlos André disse que estava “digerindo” o que aconteceu e que se arrependia de não ter prestado socorro aos passageiros da moto atropelada.