Dengue: fora de lista do governo, Nunes tenta comprar vacina por conta
Secretário municipal de Saúde de São Paulo se reuniu com representantes da farmacêutica Takeda nesta quarta-feira (31/1)
atualizado
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São Paulo – Sem previsão de quando receberá as doses da vacina da dengue pelo Ministério da Saúde, a Prefeitura de São Paulo tentou comprar por conta própria o imunizante fabricado pela farmacêutica Takeda.
Em entrevista ao Metrópoles, o secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Zamarco, disse que se reuniu com representantes da farmacêutica nesta quarta-feira (31/1) para negociar a aquisição da vacina para a capital paulista.
“Eu tive uma reunião ontem com os diretores da Takeda pedindo para comprar a vacina, mas eles explicaram que não podem vender para o município de São Paulo porque eles têm um contrato de exclusividade com o Ministério”, disse o secretário.
Os executivos teriam dito que a empresa só pode negociar com a capital paulista caso “sobrem” doses após a venda para o Ministério.
A cidade de São Paulo vive uma explosão de casos de dengue neste início de ano. O número de registros da doença mais que quadruplicou nas três primeiras semanas de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado.
Segundo dados da Prefeitura, foram confirmados 1.792 casos até 22 de janeiro deste ano. Em 2023, no mesmo período, foram 443.
Apesar dos números altos, a cidade não foi incluída pelo Ministério da Saúde na lista de municípios que devem receber as primeiras doses do imunizante.
O governo federal alega que adquiriu todo o estoque disponível de vacinas da dengue do laboratório fabricante, mas diante da “limitada capacidade de produção do laboratório” precisou definir critérios para a imunização.
“Em 2024, as doses serão destinadas a regiões de saúde onde estão localizados municípios de grande porte (com população residente de mais de 100 mil habitantes) com alta transmissão nos últimos dez anos, maior número de casos em 2023 e 2024 e circulação do sorotipo 2 da dengue”, diz o Ministério, por meio de nota.
O secretário municipal de Saúde de São Paulo afirma que enviou um ofício solicitando a inclusão da capital na lista de municípios, mas até agora não teve resposta do governo federal.
“Se eu não tiver a resposta até segunda-feira eu vou ratificar, vou fazer um novo ofício falando da importância [da inclusão]”, diz Zamarco.
Ele afirma que a cidade aumentou o número de agentes que visitam as casas da população em busca de pontos que possam servir de criadouro para o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.
No próximo sábado (3/2), a capital terá um “Dia D” de combate à dengue. As 471 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estarão abertas das 8h às 17h, oferecendo testes para a doença.
Sintomas da dengue
Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. As manifestações clínicas incluem:
- Febre alta: a temperatura corporal pode atingir valores significativamente elevados, geralmente acompanhada de calafrios e sudorese intensa;
- Dor de cabeça intensa: a dor é geralmente localizada na região frontal, podendo se estender para os olhos;
- Dores musculares e nas articulações: sensação de desconforto e dor, muitas vezes referida como “quebra ossos”;
- Náuseas e vômitos: podem ocorrer, contribuindo para a desidratação;
- Manchas vermelhas na pele: conhecidas como petéquias, essas manchas podem aparecer em diferentes partes do corpo;
- Fadiga: uma sensação geral de fraqueza e cansaço persistente.
Tratamento
O tratamento da dengue visa aliviar os sintomas e garantir a recuperação do paciente. Algumas medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde incluem:
- Hidratação adequada: a ingestão de líquidos é fundamental para prevenir a desidratação, especialmente durante os períodos de febre e vômitos;
- Uso de analgésicos e antitérmicos: medicamentos como paracetamol podem ser utilizados para reduzir a febre e aliviar as dores;
- Repouso: descanso é essencial para permitir que o corpo combata o vírus de maneira mais eficaz;
- Acompanhamento médico: em casos mais graves, é crucial procurar assistência médica para monitoramento e tratamento adequado;
- Evitar automedicação: o uso indiscriminado de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e aspirina, pode agravar o quadro clínico, sendo contraindicado na dengue.
Prevenção da dengue
Além do tratamento, a prevenção da dengue é crucial. Medidas como eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, uso de repelentes, telas em janelas e portas, além da conscientização da população sobre a importância dessas práticas, são enfatizadas pelo Ministério da Saúde.