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Dengue em SP: casos dobram na capital e acendem alerta entre médicos

Crescimento tem sido registrado também na rede privada; para médico David Uip, tendência é de avanço mais acentuado nas próximas semanas

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Foto de um mosquito Aedes aegypti em cima de uma pele humana- Metrópoles
1 de 1 Foto de um mosquito Aedes aegypti em cima de uma pele humana- Metrópoles - Foto: Joao Paulo Burini/ Getty Images

São Paulo — Os casos de dengue têm aumentado consideravelmente nos últimos meses na cidade de São Paulo. No ano passado, a capital teve 13.716 registros, uma alta de 13% em relação a 2022. Neste ano, somente nas duas primeiras semanas de janeiro, o número dobrou em comparação ao mesmo período de 2023, com 859 casos frente aos 317 do ano passado.

Ainda em 2023, foram registradas 10 mortes em decorrência da dengue na capital — três mortes ainda estão em investigação. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, foram registradas quatro mortes em todo o estado paulista até 20 janeiro de 2024. A capital ainda não registrou mortes neste ano.

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Vacina contra dengue é aplicada no estado em crianças e adolescentes
O mosquito se hospeda, principalmente, em águas paradas
Água parada é ambiente para larvas do mosquito da dengue
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Mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti

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Vacina contra dengue é aplicada no estado em crianças e adolescentes

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O mosquito se hospeda, principalmente, em águas paradas

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Água parada é ambiente para larvas do mosquito da dengue

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Com o avanço preocupante da doença, a Prefeitura de São Paulo até decidiu reforçar o efetivo de servidores da saúde para combater a dengue. A partir de fevereiro, o número de agentes em campo passa de 2 mil para 12 mil.

A nova estratégia contará com a participação dos agentes de promoção ambiental (APAs) e os agentes comunitários de saúde (ACSs), empenhados na identificação e eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

Hospitais

Na rede privada, o avanço dos casos de dengue também vem sendo registrado. Os hospitais da Rede D’Or São Luiz contabilizaram, em janeiro deste ano, um aumento médio de 443% no número de pacientes diagnosticados com a doença, na comparação com o primeiro mês de 2023, na capital paulista e na região metropolitana de São Paulo.

A maior alta proporcional foi verificada no pronto-socorro do São Luiz Anália Franco, na zona leste da cidade, com 833% mais pacientes com a doença atendidos entre 1º e 20 de janeiro, em relação a igual período do ano passado.

Já no São Luiz de São Caetano, no Grande ABC, o total de casos confirmados subiu 675%, enquanto na unidade Morumbi, na zona oeste da capital, houve alta de 520%.

O Hospital São Luiz do Itaim, na zona sul, registrou aumento de 385% nos atendimentos por dengue entre 1º e 20 de janeiro, enquanto no do Jabaquara a alta foi de 266% e, na unidade de Osasco, 245%.

Alerta médico

O médico David Uip, diretor nacional de Infectologia da Rede D’Or e ex-secretário estadual da Saúde de São Paulo, fez um alerta sobre um possível crescimento ainda maior da doença em breve. “Ainda estamos em janeiro e já observamos uma alta expressiva de casos em diversos municípios. O pico de transmissão da doença costuma ser entre março e abril e, por isso, a tendência é de que os números cresçam ainda mais nas próximas semanas”, afirmou.

“É importante que as pessoas estejam atentas aos principais sintomas da doença e, no caso de febre alta e repentina, dores nas articulações, no corpo e atrás dos olhos, além de fadiga, procurem o hospital mais próximo para uma avaliação clínica”, diz Uip.

Sintomas e tratamento

Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. As manifestações clínicas incluem:

  • Febre alta: a temperatura corporal pode atingir valores significativamente elevados, geralmente acompanhada de calafrios e sudorese intensa;
  • Dor de cabeça intensa: a dor é geralmente localizada na região frontal, podendo se estender para os olhos;
  • Dores musculares e nas articulações: sensação de desconforto e dor, muitas vezes referida como “quebra ossos”;
  • Náuseas e vômitos: podem ocorrer, contribuindo para a desidratação;
  • Manchas vermelhas na pele: conhecidas como petéquias, essas manchas podem aparecer em diferentes partes do corpo;
  • Fadiga: uma sensação geral de fraqueza e cansaço persistente
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses 
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos

Joao Paulo Burini/ Getty Images
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes

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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos

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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte

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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue

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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão

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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada

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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas

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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas

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Tratamento

O tratamento da dengue visa aliviar os sintomas e garantir a recuperação do paciente. Algumas medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde incluem:

  • Hidratação adequada: a ingestão de líquidos é fundamental para prevenir a desidratação, especialmente durante os períodos de febre e vômitos;
  • Uso de analgésicos e antitérmicos: medicamentos como paracetamol podem ser utilizados para reduzir a febre e aliviar as dores;
  • Repouso: descanso é essencial para permitir que o corpo combata o vírus de maneira mais eficaz;
  • Acompanhamento médico: em casos mais graves, é crucial procurar assistência médica para monitoramento e tratamento adequado;
  • Evitar automedicação: o uso indiscriminado de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e aspirina, pode agravar o quadro clínico, sendo contraindicado na dengue

Prevenção

Além do tratamento, a prevenção da dengue é crucial. Medidas como eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, uso de repelentes, telas em janelas e portas, além da conscientização da população sobre a importância dessas práticas, são enfatizadas pelo Ministério da Saúde.

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