Dengue em SP: capital decreta estado de emergência para a doença
Prefeito Ricardo Nunes (MDB) assinou decreto de emergência da dengue nesta segunda-feira (18/3) por causa do avanço da doença na cidade
atualizado
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São Paulo — A Prefeitura de São Paulo decretou estado de emergência para dengue, nesta segunda-feira (18/3), em decorrência do avanço da doença na capital paulista. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) assinou o decreto no início da manhã. A medida será publicada em edição extra do Diário Oficial.
Segundo dados do painel de monitoramento da Secretaria Estadual de Saúde, que compila informações dos municípios paulistas, a capital registrou 62.187 casos de dengue. Atualmente, a taxa de incidência da doença está em 543 casos para cada 100 mil habitantes — a partir de 300 diagnósticos é considerado epidemia.
Embora o painel aponte 8 mortes por dengue na capital, a administração municipal informa que já foram computadas pelo menos 11 vítimas fatais da doença desde o início do ano.
O decreto de emergência da capital acontece menos de duas semanas após o governo estadual também decretar, no dia 5 deste mês, situação de emergência para dengue ao atingir o índice epidêmico da doença.
Horário ampliado nas AMAs
A partir desta segunda, as AMAs da cidade passam a funcionar das 7h às 22h, expandindo em 3 horas o horário anterior, que ia até as 19h. Também passam a circular 30 novos carros que fazem fumacê para combate ao mosquito Aedes aegypti. Com os novos veículos, serão 96 ao todo.
Além da ampliação do horário de funcionamento do serviço de Assistência Médica Ambulatorial (AMA), foi liberada verba de R$ 240 milhões para a compra de carros que fazem o chamado “fumacê” e para a contratação de médicos e agentes de saúde.
A verba anunciada ainda será usada para contratar 500 médicos para o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e 3,2 mil agentes do Programa Operação Trabalho (POT), para atuar na localização de focos do mosquito e conscientização de moradores.
Sintomas da dengue
Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. As manifestações clínicas incluem:
- Febre alta: a temperatura corporal pode atingir valores significativamente elevados, geralmente acompanhada de calafrios e sudorese intensa;
- Dor de cabeça intensa: a dor é geralmente localizada na região frontal, podendo se estender para os olhos;
- Dores musculares e nas articulações: sensação de desconforto e dor, muitas vezes referida como “quebra ossos”;
- Náuseas e vômitos: podem ocorrer, contribuindo para a desidratação;
- Manchas vermelhas na pele: conhecidas como petéquias, essas manchas podem aparecer em diferentes partes do corpo;
- Fadiga: uma sensação geral de fraqueza e cansaço persistente.
Tratamento
O tratamento da dengue visa aliviar os sintomas e garantir a recuperação do paciente. Algumas medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde incluem:
- Hidratação adequada: a ingestão de líquidos é fundamental para prevenir a desidratação, especialmente durante os períodos de febre e vômitos;
- Uso de analgésicos e antitérmicos: medicamentos como paracetamol podem ser utilizados para reduzir a febre e aliviar as dores;
- Repouso: descanso é essencial para permitir que o corpo combata o vírus de maneira mais eficaz;
- Acompanhamento médico: em casos mais graves, é crucial procurar assistência médica para monitoramento e tratamento adequado;
- Evitar automedicação: o uso indiscriminado de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (aines) e aspirina, pode agravar o quadro clínico, sendo contraindicado na dengue.
Prevenção da dengue
Além do tratamento, a prevenção da dengue é crucial. Medidas como eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, uso de repelentes, telas em janelas e portas, além da conscientização da população sobre a importância dessas práticas, são enfatizadas pelo Ministério da Saúde.