Dengue em São Paulo: o que significa o decreto de emergência?
Governo de São Paulo decretou estado de emergência de dengue na manhã desta terça-feira (5/3); medida facilita acesso a recursos federais
atualizado
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São Paulo — O estado de emergência em saúde pública para a dengue decretado em São Paulo, na manhã desta terça-feira (5/3), permite que o governo estadual tenha acesso facilitado a recursos federais, além de fazer compras emergenciais sem licitação e ultrapassar as metas de despesas definidas no início do ano fiscal para custear ações de combate à crise sanitária. O anúncio oficial foi feito ao final de reunião que aconteceu nesta manhã na Secretaria Estadual de Saúde.
Até o momento, o estado registra 31 mortes e 138.259 casos confirmados da doença. Ao todo, 22 municípios paulistas decretaram emergência. Considerando a população de 44 milhões de habitantes (44.411.238, segundo o IBGE), a taxa de incidência da doença chegou a 311 casos para cada 100 mil habitantes, o que configura uma epidemia.
Desde a semana passada, o crescimento de casos da doença em São Paulo já chamava a atenção. Na última quinta-feira (29/2), 116 cidades estavam em situação epidêmica de dengue, segundo levantamento realizado pelo Metrópoles com base em dados da Secretaria Estadual da Saúde. Nesta terça-feira, o governo anunciou que o número de municípios paulistas que vivem uma epidemia de dengue chegou a 131.
A situação de emergência pode ser decretada quando há uma ameaça de danos e prejuízos que podem comprometer a saúde e os serviços públicos de um determinado local. O reconhecimento do quadro emergencial deve ser feito pela prefeitura ou governo da região afetada e reconhecido pelo Governo Federal, conforme o artigo 7 do Decreto 7.257 de 2010. No caso da dengue, o ofício elaborado pela administração pública deve ser enviado ao Ministério da Saúde.
Em São Paulo, os recursos serão destinados, prioritariamente, para aquisição de máquinas de nebulização e insumos, contratação de pessoas e ampliação da capacidade da rede, informou a Secretaria da Saúde.
O Governo Federal também pode enviar ajuda militar. No último sábado (2/3), o Exército Brasileiro passou a integrar as ações de combate no estado paulista.
Para priorizar a transferência de pacientes na rede estadual, que necessitem de leitos de alta complexidade, a Secretaria de Estado atualizou a orientação para a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), para que todos os pacientes suspeitos para dengue tenham prioridade.
Sintomas da dengue
Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. As manifestações clínicas incluem:
- Febre alta: a temperatura corporal pode atingir valores significativamente elevados, geralmente acompanhada de calafrios e sudorese intensa;
- Dor de cabeça intensa: a dor é geralmente localizada na região frontal, podendo se estender para os olhos;
- Dores musculares e nas articulações: sensação de desconforto e dor, muitas vezes referida como “quebra ossos”;
- Náuseas e vômitos: podem ocorrer, contribuindo para a desidratação;
- Manchas vermelhas na pele: conhecidas como petéquias, essas manchas podem aparecer em diferentes partes do corpo;
- Fadiga: uma sensação geral de fraqueza e cansaço persistente.
Tratamento
O tratamento da dengue visa aliviar os sintomas e garantir a recuperação do paciente. Algumas medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde incluem:
- Hidratação adequada: a ingestão de líquidos é fundamental para prevenir a desidratação, especialmente durante os períodos de febre e vômitos;
- Uso de analgésicos e antitérmicos: medicamentos como paracetamol podem ser utilizados para reduzir a febre e aliviar as dores;
- Repouso: descanso é essencial para permitir que o corpo combata o vírus de maneira mais eficaz;
- Acompanhamento médico: em casos mais graves, é crucial procurar assistência médica para monitoramento e tratamento adequado;
- Evitar automedicação: o uso indiscriminado de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (aines) e aspirina, pode agravar o quadro clínico, sendo contraindicado na dengue.
Prevenção da dengue
Além do tratamento, a prevenção da dengue é crucial. Medidas como eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, uso de repelentes, telas em janelas e portas, além da conscientização da população sobre a importância dessas práticas, são enfatizadas pelo Ministério da Saúde.