Delegado especial é suspeito de agir com PCC em fraudes contratuais
José Brandini Júnior foi afastado de seu cargo, segundo SSP. Em sua casa a Corregedoria encontrou R$ 200 mil e 30 mil euros em dinheiro vivo
atualizado
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São Paulo — O delegado classe especial José Brandini Júnior, chefe da Divisão de Tecnologia da Informação, do Departamento de Inteligência da Polícia Civil paulista, foi afastado de seu cargo após uma investigação ligá-lo ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
O policial, segundo apurado pelo Metrópoles, estaria envolvido em um esquema fraudulento, envolvendo RGs, com a maior facção criminosa do Brasil.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou, em nota encaminhada à reportagem, na manhã deste sábado (21/12), que mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa do delegado divisionário, nessa sexta-feira, por policiais da Corregedoria da Polícia Civil.
Durante as buscas, os corregedores encontraram R$ 200 mil e 30 mil euros, que na cotação atual equivalem a R$ 191 mil — tudo em dinheiro vivo. José Brandini é investigado, acrescentou a pasta, por fraude de contratos públicos.
O afastamento do delegado classe especial, enfatizou a SSP, resulta de uma investigação na Polícia Civil para combater crimes e desvios de conduta de seus membros.
Em 2010, José Brandini integrou uma lista de quatro delegados investigados pela Corregedoria e pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) que teriam atuado no Departamento Estadual de trânsito (Detran) na contratação, sem licitação, de empresas de informática usadas para administrar o sistema de registro de veículos e de formação de condutores.
O Metrópoles não localizou o delegado ou sua defesa. O espaço segue aberto para manifestações.
Crise institucional
O afastamento do delegado José Brandini foi o terceiro anunciado na última semana.
Além dele, o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Fabio Pinheiro Lopes, conhecido como Fabio Caipira, será afastado do cargo assim que retornar de férias, em 3 de janeiro.
A decisão ocorreu após o corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, em delação ao MPSP, afirmar que o advogado Ramsés Benjamin teria se apresentado como pessoa próxima ao diretor do Deic, afirmando que, por R$ 5 milhões, o nome do delator seria retirado da investigação sobre o assassinato de dois membros do PCC.
Fabio Caipira nega qualquer relação com Gritzbach e acrescentou que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidiu afastá-lo por estar “incomodado” com a pressão sobre a Polícia Militar, resultante de episódios recentes de violência de seus membros, e da prisão de policiais civis, na terça-feira (17/12), suspeitos de envolvimento com o crime organizado.
Por causa de um desses policiais civis presos, mencionados pelo diretor do Deic, a corregedora-geral da Polícia Civil, Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez, pediu para ser afastada do cargo. Ela é tia do chefe de investigações Eduardo Monteiro, preso sob a suspeita de envolvimento com o PCC.
Ele falava, segundo investigação da Polícia Federal, não temer ser preso, justamente por causa do parentesco com a número 1 do órgão fiscalizador da Polícia Civil.
A ex-corregedora não foi localizada para comentar a situação. O espaço segue aberto.