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Delator do PCC: polícia nega elo entre viatura no aeroporto e execução

Investigador do Deic esteve no mesmo terminal do aeroporto durante assassinato. Ele usava viatura descaracterizada com placa adulterada

atualizado

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Alfredo Alexander Raspa da Silva
1 de 1 Alfredo Alexander Raspa da Silva - Foto: Reprodução

São Paulo — Integrantes da força-tarefa que investiga a morte do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinícius Gritzbach descartam o envolvimento de um policial civil que estava no Aeroporto Internacional de São Paulo, em de Guarulhos, no momento do crime, em 8 de novembro.

O investigador Alfredo Alexander Raspa da Silva, do Departamento de Investigações Criminais (Deic), havia entrado no radar da equipe de investigação por passar na área de desembarque de passageiros com uma viatura descaracterizada e placa adulterada.

A movimentação foi registrada por câmeras de segurança do aeroporto. Nas imagens, momentos após o crime, o policial aparece, de longe, tirando fotos da área onde policiais cercavam o corpo do Gritzbach.

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Dois integrantes da força-tarefa disseram ao Metrópoles que as declarações e os documentos entregues pelo policial à Corregedoria da Polícia Civil afastaram as suspeitas de envolvimento no crime.

“Na Corregedoria ele vai responder por ter adulterado placa. Isso aí é infração administrativa grave. Ele pode ir até para a rua. Mas não tem nada a ver com o crime, está esclarecido”, afirma a fonte policial.

Alfredo Alexander Raspa informou que esteve no aeroporto para uma viagem ao Rio Grande do Sul, onde ficaria por três dias para fazer um curso de tiro de precisão, ministrado pelo sargento do Exército Marco Antônio “Assombroso”.

Para comprovar as alegações, ele entregou prints de mensagens de WhatsApp de meses atrás sobre o curso, comprovante de transferência Pix, reserva de veículo em Porto Alegre e passagens aéreas compradas em 18 de outubro.

O motivo de adulterar a placa da viatura de forma grosseira, com uma fita adesiva preta, seria o atraso. O objetivo, segundo o policial, seria burlar radares e evitar eventuais multas por alta velocidade. A suspeita, dizem os integrantes da força-tarefa, é que ele não soubesse que as placas de viaturas são imunes a multas.

O voo de ida estava marcado para 15h10, no terminal 1, portão 105. Ele, no entanto, disse que se confundiu, e foi parar em outro terminal.

“Me confundi e fui ao terminal 2 devido à ‘seção 2’ impressa no cartão de embarque”, afirma.

“Cheguei no portão de embarque [certo] as 15 horas. A funcionária da Azul consultou via rádio seus superiores, mas negaram minha entrada no avião. Saí dali e fui diretamente à loja da empresa Azul, no mesmo terminal 1. […] Fiquei nesta fila por volta de 1 hora e 30 minutos. Não consegui outro voo, estavam todos lotados, segundo a funcionária”, acrescenta.

O p0licial também enviou uma série de selfies que tirou no aeroporto antes e depois do crime. Ele não informou, no entanto, por que fez as imagens.

Policiais investigados

Entre os investigados pela morte de Vinícius Gritzbach, estão policiais civis que atuaram no Deic e foram acusados de tentar extorqui-lo, como o delegado Fabio Baena, e os investigadores Rogério Felício e Eduardo Monteiro.

O motivo da extorsão, segundo informou Gritzbach ao Ministério Público de São Paulo em delação premiada, seria a investigação sobre a morte dos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, em dezembro de 2021. Os policiais teriam exigido dinheiro para livrar Gritzbach das suspeitas.

A morte de Cara Preta e Sem Sangue teria levado o delator a ser jurado de morte pelo PCC. Ele é acusado de dar um golpe milionário na facção após se comprometer a fazer um investimento em criptomoedas com dinheiro do crime.

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