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Delator do PCC: delegado midiático assume força-tarefa de investigação

Delegado de casos célebres, Osvaldo Nico vai comandar a investigação sobre a execução de Vinícius Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos

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Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP
Delegado Osvaldo Nico Gonçalves, secretário executivo de Segurança de SP - Metrópoles
1 de 1 Delegado Osvaldo Nico Gonçalves, secretário executivo de Segurança de SP - Metrópoles - Foto: Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP

São Paulo – O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, secretário-executivo da Secretaria da Segurança Pública (SSP), foi definido como coordenador da força-tarefa montada para investigar a execução de Vinícius Gritzbach, empresário rival do PCC morto a tiros na área de desembarque do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na última sexta-feira (8/11). Nico foi anunciado pelo próprio secretário da segurança pública, Guilherme Derrite, em entrevista coletiva nessa segunda-feira (11/11).

Nico é figura conhecida dos noticiários policiais. Em 45 anos de polícia, ele foi responsável por casos como a prisão de Fabrício Queiroz, o sequestro da filha de Silvio Santos e o caso de racismo envolvendo o jogador argentino Desábato.

Na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), Nico se tornou o número 2 no comando da Secretaria da Segurança Pública (SSP), abaixo apenas de Derrite. A força de seu nome é tamanha que, antes do início da campanha, ele chegou a ser cogitado na disputa para vice-prefeito de São Paulo.

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O secretário Guilherme Derrite
O delegado Osvaldo Nico Gonçales
Secretário da Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite
Guilherme Derrite
A cúpula da Segurança Pública de SP
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Nico conversando com Derrite e Tarcísio

Governo do Estado de São Paulo
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O secretário Guilherme Derrite

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O delegado Osvaldo Nico Gonçales

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Secretário da Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite

Câmara Municipal de Sorocaba
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Guilherme Derrite

Reprodução/Instagram
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A cúpula da Segurança Pública de SP

Francisco Cepeda / Governo do Estado de SP

Em maio, Derrite anulou uma decisão que expulsava o irmão de Nico, Alex César Gonçalves, da Polícia Civil (PC-SP).

Alex era acusado de ajudar a “esquentar” carros roubados, inserindo dados falsos nos sistemas da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Praia Grande, litoral paulista, entre junho de 2013 e abril de 2014. Condenado por peculato digital, ele foi expulso da corporação no ano passado.

Quem é Osvaldo Nico

Antes de ocupar o cargo de secretário-executivo, Osvaldo Nico ocupou diferentes cargos ao longo dos 45 anos na Polícia Civil de São Paulo.

Segundo ele, o amor pela corporação nasceu ainda na adolescência, quando frequentava a delegacia do Ipiranga, bairro onde morava, para engraxar sapatos. Aos poucos, ele ganhou a confiança dos policiais para lavar e encerar as viaturas e se encantou pela profissão.

Ao terminar o Ensino Médio, Nico prestou o concurso de investigador e ingressou na polícia em 1979. Naquela época, ele diz que já chamava atenção da imprensa — um caso de estupro lhe rendeu a sua primeira entrevista para o folclórico jornalista Gil Gomes.

Após mais de uma década como investigador, Nico passou no concurso de delegado, e se totnou conhecido como “Doutor Nico”.

A partir de 1992, passou a conciliar o cargo com o trabalho de dono uma pizzaria, que abriu com a sua esposa, Sandra, no Ipiranga.

O negócio familiar prosperou e passou a figurar nos rankings de melhores restaurantes da capital da imprensa. Segundo a Controladoria-Geral do Estado (CGE), o patrimônio atual do delegado é de R$ 12,3 milhões.

Casos famosos

Na década de 1990, Nico se tornou amigo de jornalistas e sua presença já chamava a atenção em programas de televisão e noticiários policiais. Seu primeiro caso de projeção nacional aconteceu ainda em 2001, quando atuou no sequestro de Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos.

Em 2005, Nico voltou a ganhar o noticiário ao prender o jogador de futebol argentino Desábato durante uma partida da Libertadores no estádio do então Morumbi. Desábato, que era jogador do Quilmes, fez ofensas racistas contra Grafite, atacante do São Paulo, e recebeu voz de prisão do delegado ainda durante a partida.

Em junho de 2020, ele participou de mais um caso célebre. Quando era responsável pelo setor de capturas da Polícia de São Paulo, o delegado fez a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PL) em um sítio em Atibaia.

Nico também participou de casos como a prisão do  guerrilheiro chileno Maurício Hernandez Norambuena — sequestrador do publicitário Washington Olivetto — e do médico Roger Abdelmassih.

Cargos na Polícia Civil 

Ao longo da carreira na Polícia Civil, Nico ocupou diversos postos, atuando como chefe da Delegacia Antissequestros, negociador do Grupo Especial de Resgate (GER) e membro da primeira equipe do Grupo de Operações Especiais (GOE).

Em 2022, ele foi indicado pelo então governador Rodrigo Garcia (PSDB) para ocupar o cargo de delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo. Nico ascenderia à função de secretário-executivo no início da gestão Tarcísio, em 2024.

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