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Com déficit de R$ 17 mi, UFSCar fecha vagas após pedidos de demissão

Em entrevista ao Metrópoles, reitora da Universidade Federal de São Carlos afirma que UFSCar só tem verba para pagar contas até setembro

atualizado

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Divulgação / UFSCar
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1 de 1 imagem colorida mostra campus da ufscar - Foto: Divulgação / UFSCar

São Paulo — A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) enfrenta um déficit de R$ 17 milhões e tem precisado extinguir postos de trabalho para pagar despesas básicas da instituição.

É o que afirma a reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira, em entrevista ao Metrópoles. Segundo ela, os cortes de vagas têm sido feitos nos contratos com as empresas terceirizadas.

“A gente decidiu não mandar ninguém embora, mas à medida que as pessoas pedem demissão estamos reduzindo os postos de trabalho para minimizar um pouco o impacto no orçamento 2024”, afirma a reitora.

Segundo ela, a instituição vive um cenário crítico de falta de verba e não tem caixa para pagar as contas até o fim do ano.

“O recurso que a gente tem esse ano só garante a cobertura das despesas até o mês de setembro”, diz Ana Beatriz.

O problema atinge as chamadas “despesas discricionárias”, que envolvem gastos não-obrigatórios, como os contratos com segurança, manutenção e limpeza das unidades. Os pagamentos de professores e técnicos concursados não entram nessa conta.

A situação crítica das verbas, segundo a reitora, é resultado de um longo período de cortes no ensino superior. Ela afirma que desde 2016 as instituições sofrem com a falta de investimentos por parte do governo federal.

Em 2023, com a aprovação da PEC da Transição, as instituições ganharam um novo fôlego, mas o valor foi insuficiente para repor as perdas registradas nos anos anteriores.

O resultado da falta de dinheiro pode ser visto na situação dos campi e nas reclamações que a reitoria recebe dos próprios alunos, segundo a reitora. Em maio, os estudantes da UFSCar entraram em greve e reivindicaram, como uma das pautas, mais recursos para a instituição.

“Falta manutenção, tem lâmpada quebrada, os prédios estão com problemas de infiltração e goteiras. Precisa fazer recape das vias, do calçamento… É uma estrutura que tem sofrido há muitos anos”, diz a professora.

Coordenadora da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) no Sudeste, Ana Beatriz diz que o cenário também se repete em outras federais.

Em maio, a reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Raiane Assumpção, também afirmou que a instituição só tem recursos até setembro.

Para evitar que as federais sejam alvos de novos cortes no futuro, a Andifes defende que o governo vincule o orçamento das instituições a uma fonte fixa de recursos, em uma lógica semelhante à das universidades estaduais paulistas, que têm direito a um percentual fixo do ICMS de São Paulo.

O tema já foi levado para o governo federal pela entidade.

O Metrópoles questionou o Ministério da Educação (MEC) sobre a situação orçamentária das universidades, mas não foi respondido até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

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