Defesa de ex-aluna do Mackenzie contesta dívida e nega uso pessoal de dinheiro

São Paulo – A defesa da ex-aluna do Mackenzie, faculdade particular de São Paulo, acusada por colegas de ter desviado dinheiro dos jogos universitários nega ter feito uso pessoal dos valores e contesta o tamanho da dívida a ser paga.

Em nota enviada ao Metrópoles, a advogada que representa a estudante afirma que o valor depositado na conta pessoal da jovem “sempre esteve disponível para repasse” e diz que a ex-aluna está sendo “injustamente acusada”.

A gestão atual da Atlética da Arquitetura do Mackenzie e a estudante discordam sobre o tamanho da dívida da ex-tesoureira com a entidade e os jogos universitários.

Segundo a presidente da Atlética, Alessandra Rosa Marques, mais de R$ 60 mil do InterFau teriam sido depositados na conta pessoal da jovem, mas a estudante afirmou à entidade que só teria recebido cerca de R$ 40 mil. Este seria o valor que ela concordou em devolver à Atlética.

A ex-aluna do Mackenzie guardava o dinheiro em sua conta porque foi tesoureira da Atlética da universidade e dos jogos universitários em 2022. Sua advogada afirma que a conta pessoal era utilizada para economizar taxas bancárias e evitar pagamentos em dinheiro vivo.

A defesa diz, ainda, que a ex-aluna “não confia na índole da atual gestão” e só fará o pagamento do valor devido depois da assinatura de um recibo de quitação ou em juízo.

Em entrevista ao Metrópoles, a atual presidente da Atlética, Alessandra Rosa Marques, contou que a gestão decidiu formalizar a denúncia depois de meses cobrando a devolução do dinheiro.

“Não tive nem Natal, nem Ano Novo. [Fiquei] só cobrando ela”, afirma Alessandra.

Ela conta que o pai da colega de curso chegou a participar de uma reunião com a Atlética e que a família se comprometeu a pagar os valores devidos, mas exigiu a assinatura de um termo de quitação da dívida antes do depósito ser feito.

“Eu falei para ele: ‘Eu não vou assinar nada porque eu não estou com nosso advogado, os nossos valores divergem e também porque você não fez a transferência para eu poder assinar alguma coisa’”.

Depois disso, segundo Alessandra, eles teriam combinado de marcar uma outra reunião, mas a colega de curso teria parado de responder às tentativas de contato da gestão.

Alessandra afirma que era comum que os estudantes de arquitetura fizessem pagamentos em Pix para a conta da colega para pagar as taxas de campeonatos e festas, por exemplo.

Sem a devolução dos valores, ela conta que a edição deste ano do InterFau, campeonato que reúne estudantes de diversas faculdades de arquitetura, será mais simples.

“A gente teve que cortar algumas modalidades dos jogos por serem mais caras”, afirma Alessandra. Segundo ela, o campeonato deste ano será feito com metade do valor investido no ano passado.

O caso é investigado pelo 4º Distrito Policial.

Disney

Pouco tempo depois de deixar o cargo de tesoureira na Atlética, a ex-aluna do Mackenzie viajou para a Disney. Em nota, a defesa nega que a ex-tesoureira tenha usado os valores depositados em sua conta para a viagem.

“Ela foi selecionada no Programa de Intercâmbio do parque temático em Orlando (EUA) e, com a ajuda de amigos e parentes, além do próprio salário, viajou”, diz a nota.