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Defesa de “Betão do whey” diz que fala sobre rato em produto foi piada

José Roberto de Assis, o Betão, é apontado pela Polícia Civil como articulador de quadrilha que adulterava suplementos, como whey e creatina

atualizado

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Reprodução/ TV Globo
betao do whey
1 de 1 betao do whey - Foto: Reprodução/ TV Globo

São Paulo — A defesa de “Betão do Whey”, dono de uma empresa acusada de vender suplementos adulterados na zona norte de São Paulo, disse que as mensagens em que ele afirma receber produtos “até com miolo de rato” foram retiradas de contexto e eram, na verdade, piadas feitas em um grupo de amigos no WhatsApp. As conversas foram divulgadas na noite desse domingo (9/6) pelo programa Fantástico, da TV Globo.

José Roberto Adriano Ferreira de Assis, conhecido como Betão, é proprietário da KHorto Suplementos e chegou a ser preso temporariamente em maio. Ele é apontado pela Polícia Civil de São Paulo como articulador de uma quadrilha que adulterava suplementos alimentares, como whey protein e creatina. O grupo é acusado de falsificar a data de validade e até de manipular os suplementos para “disfarçar” o aspecto de produto vencido.

O advogado Fabio Ferraz, que representa “Betão do Whey”, afirmou ao Metrópoles que as mensagens em que o cliente dele fala sobre a presença de miolo de rato nos suplementos não é verdadeira.

“É uma frase que foi tirada de contexto totalmente. Era uma conversa entre amigos, uma conversa de 2020, 2021. Não tem nada recente nisso. Conversando entre amigos, ele fala essa questão do rato. Mas, imagina, se um consumidor encontrar qualquer tipo de pelo, fezes, qualquer tipo de substância lá dentro que não seja da composição, ele vai ter um problema com o fabricante. A gente nunca viu isso acontecer”, afirma Ferraz.

“Ele não fabrica nada, ele tem uma loja, uma distribuidora pequena. Ele não tem interferência nenhuma na produção do suplemento. O suplemento é fabricado, ele compra do fabricante e recebe”, afirma.

“Lixão”

Em outra mensagem exibida pelo programa da TV Globo, Betão afirma que se tornou um “lixão” de suplementos, que “todo mundo procura para vender coisa estourada já”. Segundo Fabio Ferraz, o empresário na verdade quis dizer que recebe produtos perto da data de vencimento.

“O meu cliente compra produto que tem validade estendida e compra produto que tem a validade mais curta. Então quando ele fala ali ‘eu sou o lixão’ é porque as pessoas se acostumaram a comprar deles produtos que estão próximos do prazo de validade. São produtos repassados a ele pelo fabricante com preços mais em conta, e ele revende esses produtos para terceiros com o preço mais em conta. Ele tem um preço muito bom em função do tipo de produto dele”, diz o advogado.

Produtos vencidos

Sobre a suspeita de vender suplementos vencidos, o advogado diz que Betão possuía produtos com o prazo de validade expirados em seu estoque, mas que eles não eram comercializados.

“É absolutamente normal você entrar em um varejo e ter no estoque produtos vencidos. Ele tinha. Mas separado dentro de um banheiro, que eram produtos para não serem vendidos. Esses produtos ou são descartados ou devolvidos para a indústria. Para você ter uma ideia, ele tinha nota de devolução desses produtos. Isso está no inquérito.”

“Como qualquer pessoa que não tem uma vida no crime, ele está abalado. Ele sentiu o que está acontecendo. Principalmente porque está há 15 anos no mercado”, afirma.

Investigações

Betão foi preso ao lado de mais quatro pessoas. Inicialmente, a investigação mirava em encontrar provas de fraudes fiscais, mas logo descobriu que se tratava de um esquema ainda maior.

Além dos crimes financeiros, a quadrilha também se voltava a crimes contra a saúde pública.

Segundo o Fantástico, a polícia acredita que a quadrilha provavelmente também trabalhava em colaboração com outras empresas. É disso que se trata a segunda fase da investigação.

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