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Defensoria aponta má condição de prisão onde grávida pariu em privada

Relatório indica que penitenciária obriga presas a dormirem em “camas de pedra”; documento traz relato de mulher que deu a luz em privada

atualizado

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Cama em cela da Penitenciária Feminina da capital
1 de 1 Cama em cela da Penitenciária Feminina da capital - Foto: Reprodução

São Paulo – Um relatório da Defensoria Pública do estado elaborado no último domingo (14/1) aponta diversas irregularidades na Penitenciária Feminina da capital, no Carandiru, onde funcionava a Casa de Detenção de São Paulo. No local, com capacidade de 626 detentas, há 719. A maioria foi presa por tráfico de drogas.

De acordo com a Defensoria Pública, as condições de higiene e saúde na penitenciária são precárias. O documento cita inclusive relatos de mulheres que deram à luz no local. Em um dos casos, a recém nascida caiu dentro do vaso sanitário.

“Houve um grave relato de uma presa que deu à luz a sua filha dentro da cela, a qual caiu dentro do aparelho sanitário. Ela estava há dois dias com muitas dores e contrações. Em atendimento médico, disseram que ela estava com pedra no rim. No dia seguinte, ela foi ao banheiro e deu à luz no vaso sanitário”, diz a Defensoria.

Veja imagens das condições da penitenciária:

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vaso sanitário de Penitenciária Feminina da capital
Banheiro de Penitenciária Feminina da capital
Presa conversando com defensor na Penitenciária Feminina da capital
Corredor da Penitenciária Feminina da capital
Cama em cela da Penitenciária Feminina da capital
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Pia de Penitenciária Feminina da capital

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Presa conversando com defensor na Penitenciária Feminina da capital

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Cama em cela da Penitenciária Feminina da capital

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Segundo o relato, a recém-nascida bateu a cabeça e ficou cerca de três meses internada. Hoje ela está em um abrigo para adoção.

As presas afirmam que a negligência de funcionários é comum. Uma outra mulher, que estaria com fortes dores abdominais em razão do trabalho de parto, não foi levada a um hospital porque os funcionários disseram que se tratava de abstinência de drogas. Ela acabou dando à luz no local.

Houve relato também de uma presa que ficou cinco dias em trabalho de parto na unidade. Quando ela foi encaminhada ao hospital, já estava com sete dedos de dilatação.

“Camas de pedra”

Segundo a Defensoria Pública, não há camas para todas e, em alguns casos, as detentas são obrigadas a dormir em “camas de pedra” e em colchões em estado precário.

“Embora em números absolutos a unidade prisional não estivesse superlotada na data da inspeção, em razão da saída temporária, nos pavilhões foram constatadas celas contendo pessoas acima da capacidade máxima. Com isso, não há camas para todos. Ademais, foi observado que há ‘camas de pedra’ e que os colchões estão em estado precário”, diz o documento.

O relatório da Defensoria Pública aponta ainda problemas relativos à ventilação na unidade, além da falta de iluminação no interior das celas.

“Houve relatos que o frio nas celas é insuportável, pois há frestas abertas que não fecham, o que também foi constatado pela equipe de inspeção”, diz o texto. “Ainda houve diversos relatos de que o frio nas celas é insuportável, pois há frestas abertas que não fecham, o que também foi constatado pela equipe de inspeção”.

Comida

A qualidade dos alimentos foi avaliada como péssima pelas mulheres ali custodiadas, segundo o relatório. O documento diz que é servido “ovo pouco cozido, praticamente cru, arroz com casca, feijão com impurezas, legumes com casca e sem lavar, cascas de cenoura escuras dentro da comida, etc”.

“Além disso, apenas às vezes é servido suco e ele vem com muito corante, extremamente concentrado, o que faz com que as mulheres passem mal. Todas as presas da ala narram que a carne é servida estragada com frequência, o que faz com que todas elas tenham fortes dores de barriga e passem mal”, completa.

O relatório da Defensoria Pública ainda aponta que as internas ficam sem comer das 16h30, quando é servido o “jantar”, até 7h do dia seguinte, resultando em um jejum de 14h30.

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