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“Quem defende o Bolsonaro é o advogado dele”, diz Nunes sobre aliado

Ricardo Nunes, que confirmou presença em ato convocado por Bolsonaro na Paulista, no domingo, evitou comentar suspeitas contra ex-presidente

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foto colorida do prefeito Ricardo Nunes no velório do empresário Abilio Diniz, em SP - Metrópoles
1 de 1 foto colorida do prefeito Ricardo Nunes no velório do empresário Abilio Diniz, em SP - Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo — O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), disse nesta segunda-feira (19/2), durante o evento de posse do novo secretário de Relações Internacionais, Aldo Rebelo, que cabe ao “advogado” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendê-lo no inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga por suposto envolvimento em um plano de golpe de estado após a eleição de 2022.

Nunes fez a afirmação ao ser questionado se defendia Bolsonaro das acusações que pesam sobre ele. Apoiadores do ex-presidente afirmam que ele está sendo perseguido pela PF e pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos sobre Bolsonaro no Supremo Tribunal Federa (STF). Bolsonaro convocou uma manifestação para o próximo domingo (25/2), na Avenida Paulista, para se defender do caso e o prefeito, que contará com seu apoio na eleição deste ano, confirmou presença.

“Eu não sou advogado. Quem defende o Bolsonaro é o advogado dele nos autos ao qual ele está respondendo [sic]”, disse Nunes. “Acho muito ruim as pessoas, seja lá quem for, no meio político, no meio jornalístico, fazerem uma interpretação no meu ponto de vista equivocado e julgar as pessoas, pré-julgar”, afirmou.

O prefeito ressaltou que a Constituição garante a presunção de inocência a todos os brasileiros e disse que acreditava nas instituições. “Se existe uma acusação, sequer ele foi indiciado por isso. Ele vai lá apresentar sua defesa. Agora, não sou eu quem tem que fazer isso, é ele”, afirmou.

O prefeito afirmou ainda que defendia o direito de Bolsonaro de apresentar sua defesa. “Com todo o carinho, acho que vocês [jornalistas] estão colocando como se a pessoa estivesse condenada. E vocês sabem que não. Tem uma investigação, a pessoa pode lá na frente ser absolvida.”

Nunes disse ainda não ter ouvido alegações de aliados de Bolsonaro, como o pastor Silas Malafaia, que argumentam que o ex-presidente vem sofrendo perseguição da Polícia Federal. Por isso, não se posicionou sobre esse ponto.

“Eu não falo pelo Silas Malafaia, gente. Não tenho procuração. O que eu tenho é o seguinte: o que acho é que é uma manifestação democrática”, disse.

As declarações do prefeito ocorreram durante evento em que o seu partido, o MDB, investiu capital político para celebrar a chegada de Aldo Rebelo, que é filiado ao PDT, mas está licenciado da sigla, para compor o secretariado de Nunes.

Aldo Rebelo assumiu a Secretaria de Relações Internacionais, que foi deixada em janeiro por Marta Suplicy. À convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-prefeita decidiu voltar ao PT para ser vice na chapa do deputado federal Guilherme Boulos (PSol), principal adversário de Nunes. Para justificar a mudança, Marta disse que era impossível ficar do mesmo lado que os bolsonaristas na disputa municipal.

 

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