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Debate em SP é marcado por religião, drogas, mulheres e B.O. de Nunes

Debate realizado nesta 2ª feira foi o 10º encontro entre os candidatos à Prefeitura de SP e teve Nunes, Boulos, Marçal e Tabata

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Candidatos à Prefeitura de São Paulo no debate UOL/Folha
1 de 1 Candidatos à Prefeitura de São Paulo no debate UOL/Folha - Foto: Reprodução/Youtube

São Paulo – O 10º debate à Prefeitura de São Paulo, promovido por Folha e UOL, na manhã desta segunda-feira (30/9), teve o prefeito Ricardo Nunes (MDB) como maior alvo de ataques, discussões sobre religião e, novamente, Nunes e Guilherme Boulos (PSol) evitando embates diretos com Pablo Marçal (PRTB).

Marçal e Nunes protagonizaram o maior embate do evento, ao longo do terceiro bloco, ao discutirem sobre o boletim de ocorrência feito pela primeira-dama em 2011. O influenciador insistiu diversas vezes para que o prefeito explicasse o porquê de Regina Nunes ter registrado o BO por ameaça e chegou a perguntar se Regina estava “bêbada”.

Já a discussão sobre religião dominou o segundo bloco do debate, com Marçal provocando Nunes a falar sobre o tema após acenos do prefeito ao eleitorado evangélico, que disputa com o próprio influenciador: “A Bíblia tem mais de 30 mil versículos, ele não consegue citar nem dois aqui”, disse Marçal.

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Pablo Marçal (PRTB) durante Debate UOL/Folha à Prefeitura de SP
Até mesmo o atual prefeito Ricardo Nunes não assumiu apoiar a ex-deputada
Guilherme Boulos (PSol) durante Debate UOL/Folha à Prefeitura de SP
Tabata Amaral durante Debate UOL/Folha à Prefeitura de SP
Nova pesquisa mostra corrida eleitoral de Nunes e Boulos em São Paulo
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Até mesmo o atual prefeito Ricardo Nunes não assumiu apoiar a ex-deputada

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Tabata Amaral (SB) e Pablo Marçal (PRTB) durante debate UOL/Folha à Prefeitura de SP

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Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) durante debate UOL/Folha à Prefeitura de SP

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Guilherme Boulos (PSol) e Pablo Marçal (PRTB) durante debate UOL/Folha à Prefeitura de SP

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Nunes citou um salmo e reclamou da falta de discussão sobre propostas. “A gente está aqui falando da maior cidade da América Latina, do futuro das pessoas, tenho minha vida dentro da igreja, mas não é isso o que interessa aqui.”

Tabata Amaral (PSB) criticou o que chamou de “competição para usar a palavra de Deus” e Marçal questionou a fé da deputada, lembrando que, em outro debate, ela não aceitou pedido de perdão feito por ele após uma afirmação relacionada à morte do pai dela.

A pessebista rebateu dizendo que aquele caso era uma tentativa de desestabilização. “Essa é a imagem que tem das mulheres, né? Se é baixinha, se tem voz mansa, qualquer um vai conseguir comandar essa mulher. Mas olha que surpresa: justamente a mulher no debate é a adulta da sala”, disse.

Marçal, na sequência, atacou os acenos que Tabata têm feito às mulheres para conseguir o voto do eleitorado feminino, o que mais rejeita o influenciador na cidade.

“O fato de ela ficar esbravejando, como se ela fosse a tia do colégio entre nós, ela quer provar para você que ela é mulher. Ô Tabata, se mulher votasse em mulher, você ia ganhar no primeiro turno. Mulher não vota em mulher, mulher é inteligente, ela tem sabedoria. Ela vê você sempre nesse embate, não vai votar em você”, disse Marçal.

Banco de tempo

O debate funcionou em formato de banco de tempo, com cada candidato tendo 20 minutos de fala à disposição para usar ao longo de todo o debate. No primeiro e no terceiro blocos, eles responderam a perguntas feitas por jornalistas e, no segundo e no quarto, puderam perguntar uns para os outros.

A maior parte do tempo dos candidatos foi gasto nos dois primeiros blocos, restando a eles dar respostas mais enxutas e diretas nos dois últimos.

O evento, marcado para iniciar às 10h, atrasou alguns minutos porque o marqueteiro de Nunes, Duda Lima, se pronunciou sobre o vídeo divulgado mais cedo pelo Metrópoles, com imagens do advogado Tassio Renam teria mexendo no colarinho da camisa do videomaker Nahuel Medina, autor de um soco no próprio Duda e que o acusa de ter iniciado as agressões no debate do Flow News.

“O advogado rasgou a camisa do Medina para fazer uma prova falsa. Descobrimos a farsa. Eu estou de alma lavada, porque estavam mentindo”, disse Duda à imprensa. O marqueteiro conseguiu, na Justiça, uma medida protetiva contra Medina.

Marçal foi questionado, logo no primeiro bloco, sobre as acusações, sem provas, de que Boulos seria usuário de cocaína e sugeriu que se baseia em uma internação do psolista no Hospital do Servidor. Boulos respondeu que foi internado quando tinha 19 anos, por problemas de depressão, e que nunca usou cocaína, tendo experimentado maconha uma vez.

Ataques a Nunes

Candidato à reeleição, Nunes foi o mais atacado pelos adversários. Tanto Tabata quanto Boulos focaram no orçamento recorde da Prefeitura, com maior foco nas obras emergenciais que são alvo de investigação.

“É ano de eleição, São Paulo [está] caindo em todos os rankings de educação, e aí fez o quê? Gastança, gastança, gastança. Entregou projetos sem licitação, sem transparência”, disse Tabata.

Boulos, ao comentar contratos sem licitação feitos com a DPT Engenharia e Arquitetura, empresa que tem como CEO Pedro José da Silva, padrinho da filha do prefeito, ironizou: “Um carrinho de cachorro quente feito por você seria uns R$ 300, porque a salsicha seria superfaturada, viria de um compadre”.

Nunes respondeu que seu compadre “presta serviço há 20 anos para a prefeitura”. No entanto, no site da prefeitura, o primeiro contrato com a empresa é de 2020.

Já Marçal chamou Nunes de “instrumento de decoração” e afirmou que a coligação dele com 12 partidos significa que ele entregaria a prefeitura “nas mãos de pessoas que vão comandar por ele”.

O debate

O debate realizado pela Folha em parceria com o UOL foi o décimo entre os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. Participam Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSol), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB), os quatro mais bem colocados nas pesquisas.

Os candidatos José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo), que participaram do debate da Record do último sábado (28/9), ficaram de fora.

Na última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (26/9), Nunes aparece com 27% das intenções de voto, tecnicamente empatado com Guilherme Boulos, que tem 25%. Na sequência estão Pablo Marçal (21%), Tabata Amaral (9%), Datena (6%) e Marina Helena (2%).

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