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Debate em SP é marcado por ataques diretos, tapa e confusão com regras

Modelo de debate privilegiou confrontos diretos entre os seis candidatos à Prefeitura de SP, que deram preferência a ataques

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Boulos e Marçal partem para ataques em debate Metrópoles
1 de 1 Boulos e Marçal partem para ataques em debate Metrópoles - Foto: Reprodução/Terra

São Paulo – O segundo debate entre candidatos que disputam a Prefeitura da capital, nesta quarta-feira (14/8), foi marcado pela confusão provocada pelas regras e ainda mais ataques pessoais do que o primeiro encontro entre eles, na semana passada.

Guilherme Boulos (PSol) e Pablo Marçal (PRTB) protagonizaram o confronto mais tenso, com o influenciador provocando o psolista com uma carteira de trabalho e o deputado respondendo com um tapa no documento.

Neste debate, promovido por Estadão, Terra e Faap, os candidatos tiveram embates diretos em todos os blocos e de forma que todos pudessem se confrontar em algum momento. Participaram, além de Boulos e Marçal, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o apresentador José Luiz Datena (PSDB), a deputada federal Tabata Amaral (PSB) e a economista Marina Helena (Novo).

O debate foi dividido em cinco blocos, sendo os quatro primeiros temáticos e o último, de tema livre. Em todos eles, os candidatos responderam a perguntas de jornalistas e estudantes da Faap e puderam perguntar uns aos outros. No entanto, houve dificuldade de entender as regras, com os candidatos alegando, no próprio púlpito, que o modelo explicado a eles antes da realização do debate havia sido diferente.

Se no primeiro debate, da semana passada, Nunes foi o alvo central dos outros candidatos, neste o prefeito rebateu somente acusações diretas e utilizou as oportunidades para criticá-los por fugirem de propostas e partirem para os ataques.

Datena, mais uma vez, apresentou dificuldades para administrar o tempo disponível para perguntas e respostas e demonstrou despreparo, mesmo após ter admitido ter subestimado o debate da semana passada.

Em sua estreia nos debates, sem ter participado do evento da TV Bandeirantes, Marina Helena utilizou o palanque para reforçar a agenda conservadora, como a citação à ideologia de gênero logo em sua primeira pergunta. Marçal foi o único candidato a quem ela não direcionou nenhuma crítica e, ao fim do evento, os dois promoveram uma dobradinha se colocando como pessoas de fora da política contra o sistema.

Debate privilegia confrontos

Com o modelo de discussão privilegiando o confronto direto, mais de uma vez o tema dos blocos foi ignorado para que os candidatos atacassem uns aos outros ou tratassem de propostas sem relação com o que havia sido perguntado.

No primeiro bloco, ao falar sobre educação, Marina Helena questionou Nunes sobre cartilhas da Prefeitura que tratariam de “saúde para todes” e afirmou que há “bloqueio hormonal de puberdade para meninos e meninas trans a partir dos 8 e 9 anos de idade”.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde classificou a fala como “inteiramente falsa” e “irresponsável”. “A afirmação é absurda até mesmo por ignorar que o referido tratamento é proibido por meio de resolução do Conselho Federal de Medicina”, declarou.

No segundo bloco, houve o confronto direto entre Marçal e Boulos. Embora o tema fosse cidades inteligentes, os dois utilizaram a maior parte do tempo discutindo entre si, no embate mais quente entre os candidatos durante todo o evento.

Os dois trocaram provocações e Marçal apontou uma carteira de trabalho para Boulos alegando que seria para “exorcizá-lo”. O psolista respondeu com um tapa (vídeo abaixo).

No intervalo do segundo bloco, também houve uma confusão entre as campanhas de Nunes e Datena, que se desentenderam tanto pelo local onde cada grupo estava sentado como pelo comportamento da plateia, que se manifestou diversas vezes com gritos, vaias e aplausos.

O tema do terceiro bloco foi planejamento urbano e teve Tabata questionando Nunes sobre a grande quantidade de obras emergenciais, feitas sem licitação pela Prefeitura, e quantas ficaram inacabadas. Ela também propôs, de forma irônica, que o prefeito adotasse o slogan “rouba, mas não faz”. Nunes, em resposta, disse que a pessebista cometia fake news. “Tabata, não cometa esse tipo de leviandade. É ruim para você, é muito ruim, é feio”.

“Bondinho voador”

No quarto bloco, Marçal virou a cadeira de costas para Tabata e Boulos (foto em destaque), que discutiam questões sobre segurança pública. Os dois se disseram a favor de ampliar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Tabata aproveitou a ocasião para dar uma alfinetada na proposta do influenciador para implementar um cinturão de teleféricos na cidade.

“Eu venho analisando o plano de governo de cada um dos candidatos. E, maluquices à parte, como ‘bondinho voador’, me chamou a atenção que seu plano [de governo], Boulos, é um plano caro”, declarou.

No mesmo bloco, Datena e Marina Helena discordaram sobre a atuação na Cracolândia. A candidata do Novo defendeu “tolerância zero” na região e propôs internação compulsória dos dependentes químicos. Datena, embora tenha dito que “traficante tem que ser tratado com rigor”, ao mencionar casos de dependência química na própria família, afirmou que o combate ao vício às drogas deve ser estudado de “acordo com as leis humanitárias”.

No último bloco, de tema livre, Boulos confrontou Nunes com frases ditas por Bolsonaro e questionou, caso o prefeito seja reeleito, quem realmente mandaria na cidade de São Paulo, se ele ou o ex-presidente.

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